Sistemas de Escape: Protectores do ambiente

O aumento do trânsito automóvel
avolumou a emissão de gases nocivos para a saúde
Servem para conduzir os gases resultantes do ciclo da combustão de gasolina ou gasóleo no interior do motor de um automóvel. No inicio, a preocupação era fazer diminuir o barulho, embora o seu papel e a sua importância sejam o de não piorar o ar que respiramos.
Muito se tem falado aqui sobre o impacto que normas ambientais mais rigorosas provocam sobre o sector da indústria automóvel. O que talvez a maioria dos nossos leitores não saiba é que, por causa disso, determinados sistemas de escape, completos, chegam a custar mais de dois mil euros.
Claro está que nos referimos a conjuntos que englobam não apenas a tubagem e a panela ou silenciador, como antigamente sucedia, mas também o catalisador e vários retentores ou filtros de partículas, que praticamente transformam o gás resultante da combustão em mero dióxido de carbono.
A título de exemplo, o primeiro filtro de partículas para motores diesel surgiu em 2000. A Tenecco, empresa norte-americana que sob a marca Walker é líder no fabrico deste género de equipamento, desenvolveu-o em parceria com o grupo PSA, para equipar carros deste construtor como o Citroën C5 ou o Peugeot 406. Dez anos depois está disponível em praticamente todas as grandes marcas de veículos.
Passou mesmo a ser comercializado no mercado de acessórios, podendo, em determinados casos, substituir sistemas de exaustão mais antigos.

Como funcionam

Para que os leitores possam perceber do que estamos a falar, um técnico da Walker ajuda a explicar, de uma forma muito sintética, a sua tarefa no ciclo de funcionamento do motor de um automóvel. “O gás da combustão e os resíduos presentes no combustível, cumprida a sua função no motor, são libertados para uma tubagem ao longo da qual existem um mais 'depósitos'. Nesses 'depósitos' acumulam-se as partículas nocivas para o ambiente e para a saúde das pessoas (algumas cancerígenas) que, através de um aumento provocado da temperatura, são queimadas (incineradas) e desta forma eliminadas”.

Um sistema actual é bastante evoluído
e não dispensa o recurso à electrónica
Esse processo a que se chama “regeneração”, do qual se pretende que resulte simplesmente dióxido de carbono, justifica a crescente electrónica que passou a estar associada a um sistema que, no início, não era mais um aglomerado de tubos, chapa e por vezes até amianto, uma fibra mineral altamente cancerígena e por isso proibida há largos anos. Os sistemas actuais recorrem ainda ao uso de materiais mais nobres (e mais caros), que esse aumento da tecnologia implica.
Inicialmente com um período de vida de cerca de 80 a 120 mil quilómetros – do uso do veículo em cidade, em distâncias curtas e com pouco aquecimento do motor, ou em estrada, com viagens mais prolongadas e regimes mais elevados, vai depender a sua longevidade —, os sistemas mais modernos irão poder durar a vida inteira de um automóvel, necessitando apenas de manutenção simples.

6 comentários:

  1. Anónimo25 junho

    boa noite tenho um asx q tem agora 4500 km, e já aumentou o nivel do oleo,o q vai ter q ser feita a revisao, a minha pergunta é. Estando o carro na garantia, esta despesa é paga por a marca? visto q o carro so era para fazer a revisao aos 14000 km.

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    1. Viva. A situação que descreve é comum no modelo que refere equipado com o motor diesel 1.8. Presumo, portanto, que seja a esse que se refere. A resposta é não. Não deverá pagar a intervenção. Embora alguns concessionários possam sentir-se tentados a cobrá-la. Aconselho-o a esclarecer a situação antes de deixar o carro na oficina e, em caso de desconfiança, exigir uma declaração escrita a esclarecer isso mesmo. Em última instância reclame directamente com o importador. Já lhe deverão ter dito, a situação que descreve deve-se, quase certamente, ao facto de fazer muita condução em cidade. O que acontece é que o sistema de catalisadores não chega a atingir a temperatura de combustão dos agentes nocivos e estes regressam ao motor e misturam-se com o óleo. Se verificar o manual de instruções do seu veículo esta situação está descrita. Disponha sempre. Rogério Lopes.

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  2. Anónimo07 outubro

    Boa tarde, tenho uma Renault Grand Scénic 1500cc 110cv de maio 2010 com ~75000km e nos últimos cinco meses já tive que fazer duas intervenções ao filtro de partículas no concessionário e paguei ~€210 por cada, isto começa a ficar insustentável... pergunto vala a pena fazer o by-pass ao filtro sem deixar vestígios, quer na IPO quer nas operações de stop? Solicito informação, se possível, como resolver este caso, sff. obrigado.

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  3. É uma questão técnica para a qual não existe resposta definitiva. Os critérios das inspecções podem mudar e, além do CO2, podem passar a ser aferidos outros valores que o filtro de partículas retém. Além de que, durante a IPO, a intervenção que sugere pode ser detectada, fazendo com que a viatura deixe de estar de acordo com as especificações. Salvo qualquer outra avaria da viatura, a razão das intervenções que fez no filtro de partículas podem ficar a dever-se ao tipo de condução praticada: distâncias curtas ou demasiada condução em cidade, etc. São situações em que a alternativa "diesel" é de todo desaconselhada porque, como se constata, a eventual poupança no preço do combustível, termina com os valores despendidos com a assistência/manutenção da viatura. Além de, a exemplo do que já está a acontecer em muitos mercados europeus, a tendência é para uma aproximação do preço por litro destes dois combustíveis. Espero ter respondido à sua questão. Disponha sempre.

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  4. Anónimo22 dezembro

    tenho um ASX de 2012, faço percursos pequenos e como tal tenho tido sempre esse problema.
    É possível saber qual é o sinal de quando está a fazer a regeneração?
    Em 2016 tive de mudar o óleo 3 vezes, faço-o sempre no concessionário e agora este cobra. Paguei 140 €ada vez dizem que é o preço do óleo.
    Isto é legal?

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  5. Parece-me legal que lhe cobrem uma vez que não está a fazer o uso correto da viatura. O manual de instruções tem indicações precisas sobre a necessidade e forma de regeneração. Para pequenos percursos é aconselhável uma solução mais económica, nomeadamente um modelo a gasolina. Um filtro de partículas tem duração (+/- 150 mil kms) e custa, em média, 1500 euros + substituição.

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