Kia Niro (MY 2017). Preço. Motor. Equipamento

- O primeiro carro da KIA concebido para motores electrificados: híbrido, híbrido plug-in e eléctrico

- A ideia foi oferecer uma solução diferente que se conduzisse como um carro convencional

- Motor a gasolina aliado a unidade elétrica, transmissão automática estabelece a diferença

- Preços de campanha abaixo de 30 mil euros, consumos em redor dos 5, 0 litros

Para que servem os carros electrificados?


Os motores híbridos (gasolina/eléctrico, gasóleo/eléctrico) surgiram da necessidade dos construtores reduzirem consumos e, por via disto, diminuírem o nível de emissões.

Este último facto é bastante importante; os construtores estão obrigados a reduzirem as emissões médias da gama que têm à venda na Europa (sob pena de pagarem avultadas multas) e parte da carga fiscal na maioria dos países europeus depende do valor das emissões do veículo.

Quando não acontece este género de carros beneficiarem de incentivos fiscais que servem como estímulo à sua aquisição na troca por um modelo mais antigo.

Mas em Portugal apenas os híbridos plug-in e os modelos eléctricos recebem incentivos fiscais e de outra natureza.

Por estas razões ou simplesmente porque há uma maior consciência ambiental, a procura de carros híbridos cresceu significativamente na Europa.

Além disso, depois do escândalo das emissões que fez cair a suspensão sobre todos os motores a gasóleo, os europeus estão a retornar as atenções para outras soluções igualmente económicas.

Os híbridos surgem também como a solução mais acessível e a menos complexa, por serem os carros mais próximos dos modelos convencionais que, além disso, permitirem circular em modo puramente eléctrico em zonas onde isso é obrigatório.

Outro tipo de modelo em franco crescimento na Europa – e Portugal não é excepção – são os Crossovers ou SUV.

Trata-se de conjuntos mais elevados, de aparência mais robustas, geralmente com interiores mais funcionais e que proporcionam maior visibilidade para o exterior e uma sensação de maior segurança a quem o conduz.

É aqui que entra o Kia Niro, a conciliar estas duas vontades num só conjunto.

O que é o Kia Niro híbrido?


Pensado de raiz para receber motorizações ecológicas, sejam motores híbridos ou versões 100% eléctricas, o Kia Niro assenta sobre uma nova plataforma que, além de mais leve, foi convenientemente preparada para proporcionar uma condução dinâmica.

Mas também para oferecer menos ruído e vibrações, algo a que estão geralmente sujeitos carros com as características do Niro.

A ideia presente na concepção foi construir um carro cuja utilização fosse a mais próxima da de um modelo com motor a combustão, descomplicado de utilizar, ecológico sim, mas que não retirasse prazer à condução.

E o resultado aí está: um Niro com identidade que, além da imagem da marca expressa no formato da grelha, tem uma própria e distintiva, bonita, consensual, nada extravagante e mesmo assim capaz de agradar ao seu consumidor-tipo que gosta de se diferenciar.

Inovador em termos tecnológicos, este novo SUV oferece naturalmente tudo o que de mais moderno existe em termos de equipamento, ajudas à condução e sistemas interactivos de conectividade móvel, como é o caso dos sistemas de alerta de tráfego traseiro, de auxílio à manutenção na faixa de rodagem, de detecção do ângulo morto, controlo de velocidade de cruzeiro inteligente ou travagem autónoma de emergência, por exemplo.

É ainda possível encontrar equipamentos como os bancos em tecido e pele, jantes de 18 polegadas, sistema de navegação com monitor de 7”, bluetooth, carregador de telefone wireless, câmara traseira de auxilio do estacionamento, sensores de chuva, chave inteligente, ajuste eléctrico e lombar do banco do condutor, entre muitos outros.

Supera-se ainda na habitabilidade; apesar da estrutura compacta (mais 5 cm do que o cee’d de 5 portas), a disposição do habitáculo permite-lhe oferecer muito espaço nos lugares traseiros e, ainda assim, 427 litros de espaço de mala.

E a capacidade da bagageira nem sequer é prejudicada pelas baterias de iões de lítio que servem para alimentar o sistema híbrido, já que estas estão colocadas sob os bancos traseiros.

Já a tradicional de 12 V, por razões de espaço, foi instalada em zona protegida na mala do carro.

Com 4,36 metros de comprimento e 1,54 metros de altura, o Niro é, como se disse antes, cerca de 5 cm mais curto e 5 cm mais alto do que um Ceed de 5 portas, 10 cm mais baixo e cerca de 12 cm mais curto do que o Sportage.

A distância ao solo é de cerca de 16 cm.

Como se conduz o Kia Niro?


Falando de condução propriamente dita, o Niro, como se disse, conduz-se como um carro normal.

A instrumentação está bem à vista para nos mostrar quando estamos a ter uma condução mais ecológica, fazendo uso do motor eléctrico através de arranques suaves, não optando por acelerações bruscas e aproveitando as desacelerações e as descidas para recarregar as baterias.

Nesta versão que é apenas híbrida não plug-in, ou seja, o carregamento das baterias não pode ser feito por ligação a uma tomada eléctrica, a condução em modo 100% eléctrico é possível, mas não há autonomia suficiente para mais de meia dúzia de quilómetros, na melhor das hipóteses.

Por via de tudo o que se referiu inicialmente em relação à plataforma e à oferta de espaço, o Kia Niro revela-se um carro confortável.

Sendo híbrido não plug-in, o carregamento das baterias não pode ser feito por ligação a uma tomada eléctrica.

O sistema híbrido, idêntico ao do Hyundai Ioniq, é montado em paralelo para obter melhor rendimento e permitir uma resposta mais rápida.

Contudo, esta solução penaliza geralmente a acumulação de energia, reduzindo o funcionamento 100% elétrico.

Por isso, a condução em modo 100% eléctrico é possível, mas não há autonomia para mais de meia dúzia de quilómetros. Na melhor das hipóteses e com uma pressão suave sobre o acelerador.

O grupo motopropulsor híbrido do Niro é constituído por um motor de 1,6 litros GDI (injecção directa de gasolina), um bloco de baterias de polímero de iões de lítio, um motor eléctrico de 32 kW e uma transmissão de dupla embraiagem de seis velocidades, debitando uma potência total combinada de 141 cv. (mais detalhes mecânicos no final)

O bloco de baterias de polímero de iões de lítio de 1,56 kWh tem uma densidade energética até 50% superior e uma eficiência energética 13% superior às dos blocos de baterias que equipam os principais rivais. 

Pesando apenas 33 kg, o bloco de baterias do Niro, com uma transferência avançada de energia, permite que a bateria regenere energia elétrica em desaceleração. 

O Kia Niro encerra ainda uma outra inovação: um sistema que, em conjunto com o sistema de navegação, ajuda a realizar uma condução mais eficiente: além de avisar o condutor para a necessidade de começar a travar mais cedo (evitando travagens mais bruscas após acelerações mais prolongadas), gere o sistema híbrido, antecipando subidas (o sistema eléctrico auxilia o motor de combustão) e antecipando descidas (para regenerar energia destinada a carregar baterias).

Como se comporta o Kia Niro e quanto consome?


A suspensão tem capacidade para absorver sem penalizar o desempenho dinâmico, e o funcionamento silencioso do motor ajuda à insonorização.

Motor que tem uma resposta pronta e célere quando provocado, ou não estivesse em causa uma potência total conjunta de 141 cv e um binário máximo de 265 Nm.

O motor de combustão a gasolina é um bloco 1.6 com 105 cv, enquanto a unidade eléctrica, instalada em paralelo, debita 44 cv.

Mas a diferença é realmente estabelecida pela caixa automática de 6 relações com dupla embraiagem, suave nas passagens de caixa e com capacidade de se adaptar ao tipo de condução praticada pelo condutor.

Dados bastante importantes são os consumos e o preço.

Os valores anunciados são de 4,4 litros com jante de 18'', enquanto uma versão mais eficiente, com jante de 16’’, reivindica 3,9 litros.

Mas em situações normais de condução é mais expectável fazer um combinado próximo dos 6,0 litros.

Quanto a preços, o de tabela é de 32.500 euros. Mas está a decorrer uma campanha que o coloca a pouco mais de 28 mil euros.

Como toda a gama Kia, o Niro beneficia de 7 anos/150 000 km de garantia da marca.

As vendas de veículos híbridos registaram uma subida superior a 100% na Europa nos últimos cinco anos e prevê-se que sejam responsáveis por cerca de 700 000 vendas na Europa até 2020.

Nesse sentido, o Niro permitirá à Kia satisfazer esta procura crescente por veículos com combustíveis alternativos e ajudará a marca a atingir a meta global de 2020 para melhorar a eficiência de combustível média da frota em 25%, comparativamente aos níveis de 2014.

Caixa de dupla embraiagem e sistema TMED

Concebido como um modelo híbrido dedicado, o grupo motopropulsor debita uma potência combinada de 141 e um binário máximo de 264 Nm de binário disponível logo no arranque. 

Para este desempenho contribui a transmissão automática de dupla embraiagem de seis velocidades (6DCT), sendo este um dos pontos que mais distingue o Niro da concorrência – a caixa automática de dupla embraiagem é consideravelmente mais eficiente e agradável do que a de variação continua (CVT) que equipa outros híbridos e que peca pelo ruído e permanente sensação de aceleração excessiva ou “patinagem”.

A 6DCT foi alvo de modificações específicas para ser utilizada com o grupo motopropulsor híbrido do Niro. 

A caixa foi redesenhada para reduzir o peso e o volume. Os novos rolamentos de baixo atrito e o líquido de transmissão de baixa viscosidade contribuem para reduzir o atrito, permitindo tempos de reação mais curtos e reduzindo também o ruído.

A Kia concebeu um novo dispositivo elétrico montado na transmissão (Transmission-Mounted Electric Device, TMED) para permitir que a DCT funcione da forma mais eficiente com o grupo propulsor híbrido. 

O TMED permite que a potência máxima do motor térmico e do motor elétrico sejam transferidas em paralelo através da transmissão, com perdas de energia mínimas. 

Esta configuração difere de um sistema de repartição da potência, que converte uma parte da potência do motor para entrega através do motor elétrico, resultando numa perda devido à conversão de energia, tal como acontece normalmente num híbrido baseado numa e-CVT. 

A aplicação do novo TMED também permite que o sistema híbrido aceda diretamente à energia da bateria a alta velocidade, para uma resposta de aceleração mais imediata.

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