ENSAIO: Opel Insignia Sports Tourer 2.0 CDTI EcoFlex

Existem versões do Insígnia mais despachadas. Outras, desportivas até. Com muita potência e um chassis dinâmico pronto para a rentabilizar em estrada. Não é o caso de esta. Com o motor 2.0 CDTI EcoFlex de 140 cv, o Insígnia Sports Tourer está orientado para a eficiência energética, para os baixos consumos e para as emissões reduzidas. Isso contribui para um preço final competitivo e para baixos custos de manutenção, torna-o atraente para empresas. Mas também para particulares. Afinal, é “muito carro” para cerca 33 mil euros!


Com quase 5 metros de comprimento, as linhas musculadas reforçam-lhe o ar imponente. Mas a sua preocupação são os consumos. Para isso, esta versão conta com um motor poupado.
Logo, aquilo que podemos esperar deste motor 2.0 CDTI EcoFlex é um desempenho pouco mais do que familiar. Além do sistema start/stop e do aconselhamento da velocidade, as relações longas da caixa manual de seis velocidades indiciam claramente ao que vem. E como o binário do motor só começa a manifestar-se próximo das 2000 rpm, o condutor acaba tentado a manter uma relação de caixa mais baixa do que a aconselhada. É uma forma de evitar a progressão demasiado lenta do conjunto.
Contudo, os números apresentados não são desprezíveis: 200 km/h de velocidade máxima e 11 segundos dos 0 aos 100 km/h. Mas, para os alcançar, é preciso esquecer os propósitos de poupança. E, como o povo diz, “pôr o prego a fundo”. Só que, fazendo isso, lá se vão as boas médias de consumo…
A Opel anuncia um consumo médio de 4,0 litros para uma emissão de CO2 extraordinária de apenas 109 g/km. Por isso, no espírito da versão, andámos a poupar. Não nos demos mal e a média até foi boa, apesar de mais elevada: 6,2 litros. Verdade seja dita, mesmo quando incitados a acelerar, só para não ficar mal ao volante de um carro que impõe um certo respeito, os valores registados não foram muito mais elevados.

Ganhar um pouco de dinâmica

Para quem não se importa tanto com o ambiente e com a carteira há outra solução: o sistema FlexRide, um controlo electrónico de amortecimento do chassis capaz de apimentar um pouco mais a condução do Insignia.
Este extra custa mais 1000 euros. Acrescenta no tablier um pequeno botão "Sport" e outro “Tour”, o último para manter um amortecimento ainda mais familiar. Já activação do primeiro aumenta ligeiramente a disponibilidade do motor (overboost) e melhora o comportamento dinâmico do conjunto. Para o recordar, a própria iluminação do painel de instrumentos altera-se e ganha tons de vermelho.
O modo Sport permite também definir preferências individuais nas definições (chassis, motor, direcção), para que o condutor possa adaptar ao seu estilo o comportamento em estrada.

Novidades da actual geração

O Opel Insignia chegou ao mercado em 2009. A versão 2014 trouxe pequenas alterações exteriores, mas elas foram mais profundas ao nível do habitáculo.
Mudou, por exemplo, o modo como o condutor pode interagir com o carro. Existem novos controlos na consola e foi alterada a disposição de outros, sempre em benefício da funcionalidade.
Além da viatura ensaiada dispor de um vistoso ecrã táctil, a partir do qual é possível controlar várias funções áudio e relacionadas com a condução, entre os bancos passa a contar com um pequeno "touch pad". O que ele permite é basicamente a mesma utilidade de controlo das funções do ecrã táctil, com a diferença de aqui os comandos serem feitos com os dedos.

Dimensões versus espaço interior

Grande por fora, o Insígnia Sports Tourer não é tanto assim ao nível do habitáculo.
Se à frente nada a apontar, salvo alguma dificuldade inicial para encontrar a melhor posição de condução, o espaço traseiro é claramente mais indicado para dois ocupantes. No lugar central não há muito espaço para os pés, por causa da consola que fica entre os bancos da frente, e este assento é mais duro e elevado. Isto obriga quem se senta aqui a ficar com a cabeça muito próxima ou mesmo a roçar o tejadilho.


Face às dimensões exteriores do conjunto, esperava-se maior volumetria da mala. Afinal, 540 litros não espantam e não dista muito daquilo que oferecem carrinhas mais recentes do segmento inferior. Quanto a pneu suplente… nem vê-lo.
O Insígnia aposta claramente noutras qualidades: de construção e de materiais – notório em todo o revestimento do interior mas também da mala - e em muito equipamento novo e tecnologicamente avançado, capaz de garantir mais segurança à condução e de torná-la mais fácil.

Dados mais importantes
Preço da versão ensaiada
32.850 euros (*)
Motor
1956 cc, 4 cil., 16 V, 140 cv às 4000rpm, 350 Nm às 1750 (370 Nm às 2000 rpm), dupla árvore de cames, common rail, turbo de geometria variável, intercooler
Prestações
200 km/h, 11 seg. (0/100 km/h)
Consumos (médio/estrada/cidade)
4,0 / 3,3 / 5,3 litros
Emissões Poluentes (CO2)
104 gr/km
(*) O preço inclui valores de dedução de campanhas em vigor, as quais podem ter sofrido alterações 

2 comentários:

  1. Anónimo08 setembro

    Tenho um (novo) já há 6 meses e não desaponta!
    O artigo tem razão: para quem vem atrás de adrenalina, esqueça! Este é um carro de estrada orientado para o conforto e eficiência.
    A média em estrada ´(LX-Algarve) com AC: 5,5l
    Nas voltinhas com condução moderada: 6,2l

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  2. Este motor foi revisto ou mantém os defeitos da versão anterior nomeadamente o de partir a cambota?

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