
MUITO BONITO! Mas que raio tem isso a ver com o carro?! Nada... ou muito! Para começar, falo dela pela coincidência de a ouvir no rádio enquanto conduzia. Depois, pelo simbolismo. Trata-se de um veículo americano com linhas próximas da silhueta de uma viatura militar e ainda por cima a ensaiada é verde... E principalmente, porque este conjunto singular se reveste de muitas formas, como se adoptasse diferentes camuflagens; sobre a base é carroçado o Dodge Caliber, ensaiado há semanas, o Jeep Compass e este Patriot, capazes de satisfazerem um vasto leque de potenciais consumidores.
DESTA TRILOGIA, o Patriot será o que mais se aproxima da ideia pura e dura de um todo-o-terreno... que na realidade não é, mas que as linhas parecem sugerir! Diria mesmo que, sem muito esforço, a imagem exterior até faz recordar o Hummer, o «todo-o-terreno» militar que ganhou fama na guerra do Golfo e daí evoluiu para civilizadas versões civis. Por outro lado, ou exactamente por causa da configuração da carroçaria, é dos três o que apresenta melhores cotas para a prática de todo o terreno, embora neste aspecto só vença o Compass nos ângulos de saída.
NO SEU AR meio imponente e bem ao jeito do que os americanos tanto apreciam, o Patriot até «nome» possui para os agradar. No entanto, tiveram que recorrer a um construtor bem europeu, a Volkswagen, para o equipar com um motor de acordo com os desejos dos consumidores do Velho Continente. Tal como o Caliber e o Compass, recorre ao novo diesel de 2.0 litros e 140 cv, o único disponível em Portugal, embora outros mercados conheçam também blocos a gasolina.


Ele correspondeu com um à vontade que espanta por dois motivos: à partida pelo que lhe permitiria o motor face ao peso — surpresa; afinal os dados do construtor revelam «apenas» pouco mais de tonelada e meia —, depois porque os pneus «calçados» eram essencialmente de estrada com rastos somente longitudinais.

ORA A VERDADE é que não se podem exigir milagres com este pneus. Mas o Patriot demonstrou grande vontade de trepar taludes e, principalmente, tem um escorregamento muito equilibrado o que evidencia o bom funcionamento do seu sistema de tracção «Quadra-Drive I» que vai distribuindo a força pelas rodas com capacidade de tracção. Por outro lado, a elasticidade da suspensão, os ângulos de ataque (que tem a ver com a altura frontal e com o posicionamento do eixo dianteiro), saída (idem para a parte traseira) e ventral (centro da viatura), dão-lhe capacidades para a prática de todo-o-terreno que o levam para além da designação de um mero SUV com forma de jipe... É realmente apaixonante!

CLARO que a posição de condução mais elevada, contribui para a agradável sensação de o guiar. Em manobra colocam-se alguns embaraços e seriam bem vindos sensores nos pára-choques... mesmo correndo o risco de isso parecer uma «mariquice»...
Com resposta suave mas convincente, este motor VW e o seu tradicional sistema de alimentação «injector-bomba» do construtor germânico, permitem-lhe um desempenho mais do que convincente em estrada e surpreendentemente económico para a sua volumetria.
ESTAVA à espera de um certo balancear em curva, mas o desempenho é bastante controlável e nunca inspira insegurança. Até mesmo fora de estrada, o amortecimento é muito equilibrado e convincente. Para além da estabilidade em estrada, é mesmo possível alguma ousadia nos percursos sinuosos, embora as relações um tanto longas das segundas e terceiras velocidades, lhe retirem algum fulgor.
FORMA DE CARROÇARIA única, um só motor e um só nível de equipamento para Portugal. Mais simples...
O que dispõe? O que se espera encontrar: múltiplos airbags, ABS, controlos de estabilidade e de tracção, ar condicionado, alarme, jantes especiais e rádio/CD com todo um sistema de som especial com mais de 400 w de potência. Da lista de opcionais constam por exemplo os bancos em pele aquecidos ou o sistema de navegação.