ENSAIO: Hyundai i30 CW 1.6 CRDi/115 cv






Renault Laguna 1.5 Dci eco²/110 cv
QUEM ESTIVER à espera de encontrar um automóvel ronceiro, anémico e pouco expedito, desengane-se. Ainda que para animar o conjunto disponha de um pequeno motor diesel com cilindrada inferior aos 1500 cc, a verdade é que este propulsor já dá muito boa conta de si, por exemplo, no monovolume Grand Scénic que não só é mais pesado como menos aerodinâmico. No caso deste Laguna, a subida de pressão do turbo no motor 1.5 dCi faz com que ganhe 5 cv, mantendo os valores de binário presentes no Clio Sport, no Mégane ou na Scénic. Detentor da «assinatura» «Renault eco²» — que distingue os modelos mais ecológicos e mais económicos da marca, com emissões de CO2 inferiores a 140 g/km e pelo menos 5% de materiais plásticos reciclados —, esta versão beneficia ainda de um preço final que começa nos 30 mil euros e de um consumo combinado real inferior aos 6 litros.




Citroen Berlingo Combi 1.6 HDi






Peugeot 308 Sport 1.6 THP 150 cv
A IMPRESSÃO de cuidado, qualidade, apuro na estética e nos acabamentos que encontrei quando pela primeira vez tomei contacto com o novo familiar francês, acentuaram-se. Junto-lhes agora o incontido prazer de conduzir uma versão concebida exactamente com a função de proporcionar algum gozo dinâmico, ainda que controlado. Controlado por características mecânicas que o fazem acelerar bem até metade das suas capacidades e por equipamento electrónico que teima em controlar-lhe os instintos. Uma versão, enfim, tão capaz de divertir os menos exigentes como de perdoar os excessos aos mais ousados.
COLOQUE-SE um turbo num motor a gasolina e o resultado é um expressivo incremento de potência. A compressão andou arredada dos «gasolinas» em detrimento dos propulsores a gasóleo, mas o desenvolvimento electrónico dos sistemas de alimentação fez com que muitos construtores voltem a utilizá-los de novo em blocos de pequena cilindrada, obtendo assim potências e binários elevados sem substancial acréscimo dos consumos e consequentes emissões poluentes.
O motor já se conhece: a Peugeot desenvolveu-o para a BMW utilizar nos Mini e acabou por com ele equipar também um 207 desportivo. É a vez do 308 com a resultado a sentir-se logo pouco depois das 1000 rpm. Sobe convictamente, cumpre os tradicionais 0 - 100 km/h em 8,8 segundos e a caixa de cinco velocidades (a de seis está reservada para a versão de 175 cv...) é colaborante, tanto no escalonamento como na precisão. Bem colocado, o condutor pode tirar pleno partido das suas potencialidades. Ele é rápido, desembaraçado e divertido, embora a partir de determinada altura perca rebeldia. O conjunto, não se deixa provocar com facilidade; e quando isso acontece corrige facilmente, graças às naturais ajudas electrónicas nesta área que teimam em fazer sentir a sua eficácia.
JÁ SE SABIA confortável. No espaço, no desempenho das suspensões e, nesta versão, na dotação de mais equipamento. Que igualmente lhe reforça a imagem exterior. Interiormente, o 308 proporciona uma habitabilidade excelente face às suas formas compactas. E uma luminosidade interior extraordinária, potenciada pelo tejadilho panorâmico presente de série.
O espaço é obtido com um «jogo» entre a altura e o avanço e inclinação do pára brisas. O que, em parte, lhe poderia retirar alguma impressão desportiva. Embora isso não se note muito, os bancos excelentes, o volante com boa pega e os revestimentos que, no caso do modelo ensaiado, acrescentam o couro (a partir de1640 euros), fazem a mente oscilar entre a ideia de estarmos perante um familiar com classe e desembaraço ou um desportivo de carácter domesticado. Sem perder o aprumo, num ou noutro caso, não desilude. No fundo, apurou a raça. Desportivo e civilizado. Familiar e despachado.
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PREÇO, desde 25 400 euros MOTOR, 1598 cc, 16 V, 150 cv às 5800 rpm., 240 Nm às 1400 rpm CONSUMOS, 9,8/5,6/7,1 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES POLUENTES 167 g/km de CO2
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Renault Clio 1.5 dCi 105 cv Sport
PARA COMEÇAR a nota do teste! Positiva e por sinal bastante elevada. Somente um ligeiro escorregar lateral, plenamente controlável e perceptível de, a tempo e com segurança, manter a trajectória, e este Renault Clio Sport é dócil e fácil de dirigir. Para além de garantir um conforto surpreendente perante a maior firmeza das suspensões e do perfil mais baixo dos pneus. Por um acréscimo que ronda os 2000 mil euros, face à versão do mesmo motor com «apenas» 85 cv e com parte desse valor justificado com mais equipamento, tem-se uma versão mais exclusiva, mais sedutora e capaz de uma condução mais emotiva…
Às capacidades mecânicas, junta-se uma posição de condução ergonomicamente agradável e um tablier funcional na disposição e no uso dos comandos. A mala é inferior a 300 litros mas possui boa arrumação. Eis uma proposta económica e equilibrada para quem procura um modelo despachado, prático, descontraído, bem equipado e com algum carácter.
POTÊNCIA e binário elevados, juntos com as qualidades dinâmicas de um chassis dotado de uma suspensão mais apurada, superam qualquer desconfiança; o Clio, nesta versão e com este motor (há um outro Sport dotado do 1.2 TCE, a gasolina, com 100 cv), é o mais apetecível da gama. Num breve olhar exterior, não há nada de muito ostensivo que o distinga ou que lhe denuncie o carácter, salvo as jantes de 16 polegadas, os puxadores cromados ou a «assinatura» nas embaladeiras. Já interiormente, a presença da caixa de seis velocidades indicia o motor em causa. Uma maior qualidade e suavidade dos revestimentos, aqui e ali pormenores que lhe vincam um ambiente mais desportivo — como um volante de couro com pesponto em tons de argila, tal como os estofos em tecido com a lateral em couro, ou a consola central cinza escuro acetinado em tom carbono —, complementam um conjunto que convida a uma condução rápida sem sacrifício de conforto e de um uso prático.
PARTE do conforto sentido, deve-se ao funcionamento silencioso e praticamente isento de vibrações do motor diesel. Mas esta versão consegue ainda surpreender na economia de consumos face à potência apresentada, podendo fazer mais de 1000 km com um único depósito de 55 litros. O binário expressivo e um evoluído sistema de alimentação, uma caixa de velocidades suave e bem escalonada e as linhas fluídas da carroçaria, no seu conjunto, garantem também por isso emissões poluentes mais reduzidas.
Quanto à condução propriamente dita, a verdade é que grande parte da «genica» deste Clio Sport só sobressai a partir das 2000 rpm. Exibe-a com gosto em estrada aberta, em curva e no limite, uma ligeira tendência sobreviradora leva ao alargamento da trajectória. Apesar da boa aderência. Perfeitamente corrigível pela pronta resposta do motor e pela precisão da direcção e, verdade seja dita, pela acção do controlo de estabilidade, uma opção que equipa o modelo ensaiado e faz parte do «pack segurança activa» (ESP, ASR e sistema de detecção da pressão dos pneus: 400 euros).
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PREÇO, desde 22150 euros MOTOR, 1461 cc, 105 cv às 4000 r.p.m., 240 Nm 2000 a 2500 rpm, turbo de geometria variável, 16 válvulas, injecção common rail PRESTAÇÕES, 190 km/h CONSUMOS, 5,7/4,1/4,6 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES POLUENTES 127 g/km de CO2
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Citroën C5 2.0HDi 138 FAP


Embora no conjunto o novo C5 seja ligeiramente maior do que o anterior, esse acréscimo não beneficia a mala que diminuiu a sua capacidade para uns ainda assim interessantes 471 litros.


Mas não só! O travão de mão, substituído por um botão, liberta espaço entre os bancos e porque falamos de um carro que beneficia da avançada suspensão hidraactiva de 3.ª geração, existem comandos para controlar a altura do carro ao solo.

Mas é a Hidractiva 3 Plus que equipava o C5 ensaiado e a ela me referirei. Adaptável em flexibilidade e amortecimento às solicitações do condutor e ao tipo da estrada, tanto pode, no modo «sport», apresentar-se mais rígida para melhores sensações de condução e um comportamento apurado, como oferecer um curso mais longo para melhorar a capacidade de amortecimento e, assim, garantir maior conforto.
Controlada por dois sensores em cada eixo, esta suspensão permite manter a distância ao solo independentemente da carga.
A estrutura da carroçaria reforçada e os materiais absorventes de ruído acabam também por desempenhar um papel nesse campo. No primeiro caso, a contribuir para uma postura em estrada bastante estável e capaz de inspirar confiança em velocidades elevadas, com um desempenho em curva que, no modo familiar da suspensão, adorna ligeiramente o conjunto.
Quanto ao motor, se os 138 cv desta versão não impressionam face à concorrência, a verdade é que, em estrada, tanto a potência como o binário são convenientemente explorados por uma caixa de seis velocidades. Mas é um conjunto pesado e isso reflete-se claramente, tanto nos consumos urbanos como no valor das emissões.
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PREÇO, desde 36000 euros MOTOR, 1997 cc, 138 cv às 4000 rpm, 320 Nm às 2000 rpm, 16V, common rail, turbo com geometria variável, intercooler e filtro de partículas CONSUMOS, 9,9/5,0/7,0 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES POLUENTES 157 g/km de CO2
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