NOVOS MODELOS, novas versões, novos conceitos, novos nichos de mercado, não será «fruta» a mais? Haverá consumidores suficientes para absorver (dispostos a fazê-lo acredito que sim...), com poder económico para renovar os seus carros e empresas com capacidade para modernizarem permanentemente as frotas, mais a mais ao preço a que se encontram os combustíveis?

Poderá já revelar tendências da futura geração Renault Kangoo. Ou simplesmente uma variação mais compacta da actual... Em todo o caso, a curiosidade maior reside na funcionalidade dos bancos traseiros girarem electricamente para a zona das bagagens e da versatilidade das respectivas portas

Citroën C-Cactus, com bastantes materiais reciclados ou recicláveis na sua composição e uma motorização híbrida HDi que apresenta um consumo de 3,4 l/100 km e emissões de CO2 de apenas 78 g/km
APARENTEMENTE, todos querem acreditar que sim; quanto mais não seja — pegando no jargão que adjectiva a Alemanha como «locomotiva da Europa» —, pelos esperançosos sinais contidos nos indicadores económicos do país comandado pela sra. Merkel...
Num salão cujo lema é «Veja onde se dirige o Futuro», os focos centram-se naturalmente sobre as propostas movidas a energias alternativas e nos ganhos de consumo e consequente diminuição de emissões poluentes, antecipando já exigências da União Europeia e da América do Norte nesse domínio.
A Toyota com o seu Prius e agora também com a sua divisão mais exclusiva, a marca Lexus, lideram a tecnologia híbrida. No entanto, a curiosidade maior vai para este iQ concept de quatro lugares(!) e menos de três metros de comprimento.
Versátil e prático, possui espaço para três adultos e uma criança, ou para quatro adultos
se utilizado o espaço da bagageira. Concorrência ao Smart?

Se lhe disser que é um Suzuki não estou a mentir... acrescentar que se trata de um dos mais bonitos protótipos do salão é pouco... Chama-se Kizashi, parece ter saido de uma banda desenhada e virá disputar o segmento das berlinas familiares com um motor diesel de 2,0 l e tracção total. Bate coração...
ALGUNS dos novos carros que debutam na Alemanha, não chegarão a circular nas nossas estradas ou então serão em número reduzido, devido ao preço final a que a carga fiscal os obrigaria. A esse propósito, um dos assuntos que desperta alguma curiosidade é até quando o Estado Português conseguirá manter a cobrança do IVA sobre o Imposto sobre Veículos e as consequências que isso poderá também trazer para os combustíveis e para o tabaco, produtos em que também acontecem situações similares.
A Chevrolet está presente com uma grande armada.
Aqui está o que poderá vir a ser o futuro Matiz
O Hyundai i-blue com propulsão a hidrogénio,
sem emissões poluentes e carroçaria de veículo do segmento D
A CONSTELAÇÃO de estrelas de um salão automóvel é constituída por protótipos e pelas novidades presentes, sejam elas na forma definitiva de um veículo ou simplesmente partes deste. Mas, nos corredores do salão automóvel alemão, e em reuniões mais ou menos fechadas a ouvidos e olhares indiscretos, também se falou muito em economia. Da economia do mundo em geral e da economia de custos em particular, não esquecendo o «peso» que a indústria automóvel tem em termos de criação de receitas e de emprego.

Uma carrinha Mercedes é um permanente desejo. A da nova Classe C apenas confirma a vontade. A capacidade da mala é mediana, mas a qualidade e o conforto são imagem - e que imagem! - de marca...
PARA ALÉM da incidência dos holofotes sobre as fontes de energia alternativas, outro foco de interesse era, pois, a forma de reduzir ainda mais os encargos de fabrico e apresentar propostas mais acessíveis aos consumidores. Com incertezas no comportamento futuro da economia americana, a depreciação do dólar face ao euro e o preço crescente dos combustíveis fósseis, os principais construtores europeus, nomeadamente a VW, estão a equacionar vender nos EUA veículos de pequenas dimensões e baixo custo (para os padrões americanos...), procurando alcançar o mesmo sucesso do mítico carocha nos anos 60. Algo que, há meia dúzia de anos, era impensável voltar a acontecer!
Outro familiar inteiramente novo, o Renault Laguna, aqui numa das mais apetecidas versões «Grand Tour». A carrinha tem vidro traseiro com abertura independente e uma funcional mala com 500 litros. A debutar em Frankfurt estava ainda uma lindíssima carroçaria coupé de 3 portas
CLARO que há mais marcas a competirem no segmento dos «carros mais baratos», caso da Renault que já o faz com a subsidiária romena Logan. Depois das companhias aéreas low coast, será a vez dos automóveis? Como chegar lá? A que preço? Especialmente direccionado a que tipo de público? E como cativar o consumidor?
As parcerias entre construtores e o estabelecimento de fábricas em locais com mão-de-obra mais barata, são vias, nem sequer inéditas. Iremos assistir, nos próximos anos, ao crescimento do número de modelo «gémeos» ou à recriação estilística e funcional de bases mecânicas, algumas passadas, parecendo ser essa uma das formas encontradas para precaver a competitividade dos automóveis chineses.

Era certamente um dos familiares mais bonitos do Salão. Maior do que a anterior, a nova geração Mazda 6 é inteiramente nova, distingue-se por um excelente perfil aerodinâmico e traz motores mais eficientes

O Nissan Tiida vem ocupar o lugar do malogrado Almera. Já comercializado em alguns mercados, realizado sobre o chassis do Note, tem a particularidade do banco traseiro correr bastante sobre calhas o que favorece muito a habitabilidade traseira
PARA QUEM acompanha o sector há uns anos, não se trata de um acontecimento novo, nem mesmo quando ocorrem acusações de plágio como as que se ouviram em Frankfurt e que quase levaram à retirada do importador alemão de uma marca chinesa; ocorreu com a entrada em força dos construtores japoneses, posteriormente com os coreanos e, muito provavelmente, assistiremos a outras «invasões» provenientes de economias emergentes da Ásia, África ou América do Sul. Trata-se de uma dinâmica que tem favorecido o consumidor, embora se tenha que ter em conta a especificidade social e económica de um colosso como é a China, sobre a qual pairam, inclusive, suspeitas de dumping nalguns sectores.

Foi desenhado na Europa e partilha componentes com o Kia Cee'd. O Hyundai i30 revoluciona a gama de ligeiros da marca coreana, nomeadamente quando chegar a versão CW
MAS... ATENÇÃO! Devemos todos ter em conta uma equação muito simples: poder comprar mais produtos por menos dinheiro é agradável; mas sendo isso obtido à custa de menor emprego no Ocidente (com a deslocalização das fábricas), onde irão então os consumidores buscar o capital necessário para os adquirir?...

Outra carrinha do segmento médio apresentada na Alemanha, a Skoda Fabia Combi. Como é apanágio, a capacidade da mala é o seu forte, quase 500 l, provavelmente a maior da categoria
A ECONOMIA acabou pois por dominar, este que é um dos mais importantes salões europeus, que alterna com o de Paris e que todos os anos marcam a reentré da nova época. Mas, se no resto da Europa começam a surgir alguns sinais de retoma económica — e são esses os mercados que afinal contam —, também é verdade que isso tem vindo a acontecer sobre o signo da insegurança, da instabilidade e de ameaças que todos fazem um esforço para tentar não lembrar. Veremos, pois, o que nos reserva o futuro...

O que distingue o Peugeot 308 do anterior 307 é sobretudo uma melhor gestão do espaço interior, muito próxima de um monovolume. Isso resulta em mais espaço e conforto traseiro e favorece a posição de condução. Há ainda um claro incremento da qualidade