ENSAIO: Peugeot 3008 HYbrid4

Com uma forma inédita e distinta, este “crossover” urbano faz a síntese entre uma carrinha familiar e um monovolume compacto. Recentemente, a gama foi enriquecida com uma versão híbrida, tecnologicamente mais evoluída do que as restantes. Mas a presença deste 3008 Hybrid tem passado algo discreta aos olhos do consumidor português. É fácil explicar o motivo: com um preço a partir dos 36 mil euros, são uns bons milhares de euros a mais do que a versão equipada com o motor diesel 1.6 de 112 cv…

Apesar da volumetria que apresenta, enquanto SUV ou “crossover” urbano, o 3008 apresenta uma forma mais elegante do que aquela de que dispõem alguns dos seus pares da concorrência.
Coube-lhe a honra de ser o primeiro carro de série do Mundo a dispor de tecnologia híbrida diesel, através da conjugação de um motor a gasóleo sobre o eixo dianteiro, com outra unidade motriz eléctrica a assegurar tracção das rodas traseiras.
Uma tecnologia posteriormente estendida a outra viatura do grupo PSA – o Citroen DS5 (ver AQUI) – e, mais recentemente, também utilizada pelo Peugeot 508 (ler AQUI o texto de apresentação deste modelo).
Contudo, nem o facto da utilização conjunta dos dois motores lhe garantir, de modo engenhoso, a tracção integral, ou de se tratar de um carro com motor 2.0 HDI, logo mais potente, parece torná-lo mais interessante aos olhos do consumidor português. Mesmo se esta versão consegue ser mais barata do que a anterior, somente equipada com este mesmo motor a gasóleo. É que, afinal, uns bons milhares de euros a menos é quanto custa o 3008 com motor a gasóleo 1.6, com consumos igualmente moderados (ver AQUI o resultado do ensaio a esta versão).


Factor integral

Contudo, a sua importância além-fronteiras assume outro sentido. Sobretudo em mercados onde a neve e o gelo recomendam o uso de veículos com tracção às quatro rodas e o preço final não depende do imposto que incide sobre a cilindrada, antes dos consumos ou das emissões.
Porque é isso que está em causa no 3008 Hybrid.
Convencional na sua forma de funcionamento, o motor diesel 2.0 com 163 cv não merece comentários adicionais ou separados do conjunto.
O sistema que acopla um motor eléctrico ao eixo traseiro é servido por baterias que se localizam atrás dos bancos e que, por causa disso, retiram espaço de mala: 377 litros em vez de 432 litros. As baterias são carregadas, em andamento, pela energia excedentária do motor térmico ou pela regeneração da que é produzida em desaceleração ou durante a travagem.
Uma afinada gestão electrónica e uma evoluída transmissão controlam automaticamente o processo, ora colocando o veículo a circular somente com um dos motores, ou pela acção conjunta de ambos (para saber mais sobre o funcionamento deste processo leia o TEXTO de apresentação do modelo).

Desempenho

Quanto ocorre o funcionamento simultâneo dos dois motores, além de um acréscimo significativo de força (400 Nm) e de potência (200 cv), o Peugeot 3008 HYbrid beneficia de tracção nas quatro rodas, adquirindo uma atitude mais segura e competente perante pisos de fraca aderência.
Embora este processo possa ser gerido automaticamente, o condutor tem a faculdade de escolher, através de um botão rotativo, o tipo de locomoção que pretende: somente em modo ZEV (totalmente eléctrico/emissões zero), Sport (reforçando o potencial dinâmico) ou 4WD para manter a tracção total.
Contudo, importante referir a fraca capacidade das baterias. Em condições normais, estas não permitem circular mais do que meia dúzia de quilómetros em modo eléctrico, provocando o arranque automático do motor diesel.
Por outro lado, apesar do bom binário do motor eléctrico, são apenas 37 cv para locomoverem mais de tonelada e meia.

Condução e consumos

Em termos práticos, o 3008 beneficia significativamente desse acréscimo de força e da capacidade de tracção. Nas estradas portuguesas, o último factor será certamente mais perceptível sobre piso molhado. Já o reforço do binário assume maior relevo nas recuperações, em trajectos sinuosos ou nas ultrapassagens, momentos em que o 3008 Hybrid4 faz realmente a diferença sobre os demais.
Mas é importante não esquecer que, à frente, temos um motor térmico com 163 cv ou que a potência máxima do conjunto é sempre distribuída pelos dois eixos.
Contudo, aquilo sobre o qual recai maior interesse é a economia de consumos. Com jante 16 (99g) ou 17 polegadas (104g), a Peugeot homologou esta versão para médias em torno dos 4,0 litros, consoante a altura dos pneus que a equipem..
Após algumas centenas de quilómetros de ensaio misto, o computador de bordo registava 5,1 litros. Mais económico, sim senhor, mas não significativo.
Outro benefício retira das emissões. A homologação com valores que oscilam entre 99 e as 104 g/km permite-lhe importantes vantagens fiscais no momento da compra. Tanto assim é que, esta versão, consegue ser 6000 euros mais barata do que a equivalente só com o motor diesel 2.0 HDI.
Por fim, as principais diferenças interiores deste modelo para os restantes dizem respeito aos comandos da transmissão e às informações sobre a utilização dos motores e sobre o estado de carregamento das baterias, quer no painel de instrumento, quer no painel que também serve o sistema de navegação.
Além da já referida redução da capacidade da bagageira que, ainda assim, mantém formas esquadradas e conserva muita da sua funcionalidade. Nomeadamente a dupla abertura horizontal, que prolonga para o exterior uma pequena plataforma de acesso ao nível do piso.

Dados mais importantes
Preços (euros) desde
36 090 Hybrid4 99 g/38.090 104 g (preço actual)
Motores

- Diesel: 1997 cc, 16 V, 163 cv cv às 3850rpm, 300 Nm às 1750 rpm
- Eléctrico: 37 cv, 200 Nm a partir das 0 rpm
Prestações
191 km/h, 8,5 seg. (0/100 km/h)
Consumos (médio/estrada/cidade)
3,8 a 4,0 / 3,7 a 3,9 / 3,9 a 4,1 litros
Emissões Poluentes (CO2)
99 a 104 gr/km (jante 16 e jante 17)

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