ENSAIO: Smart Fortwo 1.0/71 cv Cabrio

Talvez esta seja, na verdade, a forma mais económica de comprar um descapotável novo por estes dias. Apesar do Smart Fortwo só ter dois lugares, uma mala diminuta e um motor pequeno, isso é quanto basta para os propósitos, ajudando ainda a manter os custos controlados. A nova versão ganhou mais alento, reforçou a identidade da marca e controlou as emissões. Tudo isto para garantir que o sucesso se manterá.

A tradução para a palavra inglesa “smart” é inteligente. No caso desta marca de automóveis, a designação tem a ver com o facto do projecto inicial ter partido da associação entre a famosa marca de relógios Swatch (S) e o construtor alemão Mercedes (M), juntando-se, às iniciais de cada uma delas, a palavra ART.
Pouco mais haverá ainda a dizer sobre este genial carro que todos conhecem, uns apreciam e outros desdenham, mas que continua a não deixar ninguém indiferente. Apesar de parecer continuar igual ao modelo inicial lançado no mesmo ano em que surgiu a moeda do Euro.

Uma evolução “smart”

Na verdade, apenas a silhueta permanece igual. Nestes dez anos o Smart trocou de motores e, por causa de isso, aumentou ligeiramente de tamanho, ganhou mais equipamento e interiores mais cuidados, mas não perdeu no essencial e naquilo que presidiu à sua concepção: grande mobilidade urbana e consumos moderados.
E é exactamente isso que revela a versão ensaiada. Apesar de muito do interesse dos clientes nacionais incidir sobre a versão equipada com um pequeno motor a gasóleo de 54 cv, a genialidade e o desempenho deste motor a gasolina, que tem potências que vão dos 61 aos 102 cv, merece que nos debrucemos sobre as suas capacidades.
Nomeadamente sobre a versão que aparenta ser a mais equilibrada da gama, dotada com sistema start/stop e tecnologia micro-híbrida, capaz de debitar 71 cv. Potência que é mais do que suficiente para animar a pequena carroçaria de uma tonelada, cuja configuração “cabriolet” estimula a que moderemos o andamento para desfrutar do prazer de conduzir com os cabelos ao vento.

Prós e contras

Contratempos desta versão?
Para começar o facto da capota em lona não garantir a melhor insonorização (na realidade, nenhum Smart, devido ao facto de ter o motor logo atrás dos bancos, o consegue) e ainda porque esta configuração impede a maior rigidez da carroçaria. Em consequência disso ela queixa-se frequentemente do mau estado das estradas portuguesas, sensação agravada pelo pouco curso da suspensão, que revela dificuldades em atenuar as irregularidades do piso.
Aspectos favoráveis são sem dúvida a enorme agilidade urbana, a facilidade de condução e os consumos pouco elevados, na casa dos 5,0 litros. O carácter prático deve-se também à caixa automática, embora a ausência de dupla embraiagem mantenha a sensação de vazio durante as trocas de velocidade.

Cabelos ao vento

No caso em concreto, ser descapotável é um bónus apreciado num País onde o sol impera durante muitos dias do ano.
A recolha da capota não diminui a capacidade da mala, que mantém uns espantosos 220 litros. Mas a forma como se alberga atrás dos bancos desaconselha velocidades mais elevadas.
Trata-se, no entanto, de um processo muito simples: pressiona-se um botão entre os bancos para a abrir como se se tratasse de uma abertura no tejadilho (pára atrás dos bancos), nova pressão e desce até à linha da cintura.
Quem preferir um ar ainda mais descapotável deverá desmontar duas partes laterais sobre os vidros, existindo um aro central sobre e um pouco atrás dos bancos, não apenas para manter a rigidez estrutural da carroçaria como por motivos de segurança em caso de capotamento da viatura.
Ser diferente e único tem também outros custos. É que, comparativamente, o Smart não é um carro barato. Apesar de não existir, em Portugal, mais nenhum descapotável novo que custe pouco mais de 13 mil euros.

Reforço da identidade da marca

Nem por isso deixa de ser um carro desejado. As mais de 1,3 milhões de unidades vendidas desde 2002 são prova disso mesmo.
Este regresso ao Smart, depois de termos falado sobre a versão 100% eléctrica (ler AQUI o resultado desse ensaio), deve-se ao facto do Fortwo ter “lavado a cara”, ganhado novo alento e, sobretudo, ter passado a vincar a personalidade da marca.
Desde que a Mercedes decidiu concentrar a Smart apenas numa versão de dois lugares (preterindo o Forfour e o Roadster, embora, pelo menos o primeiro, possa em breve voltar a conhecer uma nova geração), várias têm sido as alterações. Nomeadamente mecânicas, apesar de a diferença mais visível do modelo deste ano ficar na sua parte dianteira.
Assim, o símbolo surge agora em posição mais destacada, estampado numa grelha que é mais ampla e está acompanhada de uma abertura mais pronunciada na parte inferior do pára-choques. Ao longo da carroçaria outras alterações pretendem vincar uma atitude mais dinâmica, enquanto o interior recebe apenas novas conjugações de cores e de materiais.
Por fim, o uso da tecnologia micro-híbrida e a possibilidade de condução em modo “Eco” permitiram homologar esta geração com valores de emissões mais baixos do que a anterior. (ler mais sobre as novidades desta geração no TEXTO da sua apresentação).

Dados mais relevantes
Preços desde10350€ (Coupe) 13150€ (Cabrio) (*)
Motores999 cc, 16 V., 71 cv às 5800 rpm, 92 Nm às 2800 rpm
Prestações145 km/h, 13,7 seg. (0/100 km/h)
Consumos (médio/estrada/cidade)4,6 / 4,0 / 4,3 litros
Emissões Poluentes (CO2)98 gr/km

(*) Acrescem várias despesas de documentação, legalização e preparação.

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