
Não te percas papá!

Eis o primeiro grande evento europeu do ano no sector automóvel!
Embora muitos construtores passem por períodos conturbados, devido à actual conjuntura económica e não só, o "glamour" que envolve a exposição e a quantidade de novidades expostas — cerca de 100 —, parecem indiciar uma grande confiança na retoma do mercado.
Quase todos quiseram marcar presença no salão suíço e mostrar, além dos novos modelos e versões que durante o ano irão chegar, as tendências futuras em termos de segurança, conforto, funcionalidade e, sobretudo, economia.
(cartaz do emblemático ano de 1939 só porque é bem mais bonito do que o deste ano...)
Sendo certo que em 2009 muitos governos europeus subsidiaram a compra de novos veículos, garantindo deste modo a viabilidade de alguns construtores, tal situação não poderia perdurar para o bem das respectivas contas públicas. Até porque, alguns casos, como o alemão, se suspeita que possam ter sido desrespeitadas regras de concorrência.
Do muito que fica por dizer a propósito deste que é, seguramente, um dos salões automóveis mais concorridos dos últimos anos, não pode deixar de se fazer um destaque muito especial à que é uma das estrelas deste salão: o novo monovolume VW Sharan que será produzido na Autoeuropa em Palmela, garantindo, deste modo, a continuidade de uma das fábricas mais produtivas e com melhores índices de fiabilidade do grupo alemão. Em Portugal!
Conceber modelos simples e económicos a partir de componentes Renault é o que a marca romena tão bem sabe fazer. O DACIA DUSTER é mais um que, certamente, virá fazer mossa no mercado. Todas as características e capacidades de um SUV, com ou sem tracção integral, num automóvel moderno com um preço de arrasar.
Um SUV há muito aguardado, até porque a presente (segunda) geração não dispõe de um design muito apelativo: o Kia Sportage. Com um conceito mais urbano e definitivamente mais desportivo, sacrifica algumas das suas capacidades fora da estrada (é mais baixo e tem uma suspensão orientada para o conforto), em prol de uma condução mais fácil e mais agradável. Novidade são também os motores diesel 1.7 com 115 cv e a gasolina 1.6 com 140 cv, embora estes só cheguem lá mais para o final deste ano. De início estarão disponíveis blocos de 2,0 l, a gasóleo com 136 cv e a gasolina com 163 cv.
Por terras suiças se viu igualmente uma versão quase final do NISSAN LEAF, o modelo eléctrico da marca japonesa que valeu a Portugal a instalação de uma fábrica de baterias em Aveiro.
O MAZDA 5 ganhou linhas mais fluidas e elegantes. O construtor diz ser inteiramente diferente do anterior ao ter como principal preocupação reduzir consumos e emissões. Chega ao mercado depois do verão com uma nova gama de motores que ajudam a cumprir esses objectivos. Portas traseiras deslizantes e sete lugares num interior modelar são características que se mantêm.
Outro debutante que promete partir corações, na linha do Qashqai, é o NISSAN JUKE. Não é uma piada senão chamar-se-ia joke, mas lá que tem uma silhueta bastante divertida não restam dúvidas. Compacto e ágil estará nos stands ao cair das primeiras folhas. Para além desta primeira apresentação pública, os japoneses mostraram mais novidades.
Os franceses estão em força. O RENAULT WIND é um coupé roadster de 2 lugares com inovador sistema de abertura da capota em apenas 12 segundos. Assente na plataforma do Twingo (que se mostrou numa versão especial com a mítica assinatura Gordini), comercializa-se já neste verão.
É não apenas bonito como seguro. O que de resto é apanágio da marca sueca e, por isso, o VOLVO S60 apresenta como novidade um sistema de detecção de peões que acciona os travões automaticamente, caso o condutor não reaja a tempo. Chega durante a segunda metade do ano.
Pelas bandas da Peugeot, não é notícia o facto do 408 ser uma versão “3 volumes” do actual 308. Apresentado anteriormente na China, país onde arranca a sua comercialização, este modelo marca um compasso de espera até à chegada do 508, esse sim, substituto à altura do actual 407. Embora exposto ainda como “concept car”, o futuro 508 foi uma das estreias mundiais do evento suíço e será a primeira berlina familiar, com propulsão híbrida (motores diesel e eléctrico), do construtor francês. Consumo médio de 3,8 l aos 100 km e emissões de 99 g/km de CO2 são o objectivo.
Notícias recentes têm dado conta de vários problemas naquele que é um dos maiores construtores mundiais de automóveis.
Apesar da reputação de qualidade e fiabilidade, vários modelos da Toyota estão a ser chamados aos representantes nacionais para correcção de diversos problemas mecânicos ou relacionados com a segurança.Incomparável
Até à chegada, já a partir do próximo ano, de viaturas familiares com motores totalmente eléctricos, o Prius é uma das propostas mais próximas em termos de tecnologia. Carro do Ano na Europa em 2005,continua imbatível nos consumos
Eis mais um carro que traz o rótulo "Amigo do Ambiente". E porquê?
Porque anuncia emissões de dióxido de carbono baixas, apenas 89 gramas por km, valor significativamente inferior ao que é anunciado pelos concorrentes mais directos, Honda Insight e Civic Hybrid.
A semelhança com estes fica-se pelo conceito híbrido, que combina um propulsor eléctrico e outro eléctrico alimentado por baterias.
Enquanto a Honda optou por um estilo mais discreto e semelhante à versão convencional do Civic, a Toyota enveredou por um estilo próprio, mais radical e futurista que, verdade seja dita, não caiu logo nas graças dos consumidores.
Mais motor, menos consumo
Face à geração anterior, o Prius de 2009 passa de um motor a gasolina de 1,5 l, para um de 1,8 l, mais potente (+ 27 %) e naturalmente com melhor binário (+ 23%). Mais significativo é que, segundo dados revelados pelo construtor — obviamente obtidos em condições de
circulação optimizadas —, o consumo médio pode ser de 3,9 litros. O que equivale a uma autonomia de 1150 km.
Notável! Mas pouco provável.
No entanto, é verdade que o Prius é um familiar mais poupado do que será de esperar de um com prestações equivalentes. O funcionamento em conjunto dos dois motores dá-lhe potência e binário de uma unidade de dois litros (ou mais), velocidade máxima e poder de aceleração relevantes. Contudo, se enveredarmos por aí, lá se vai o seu objectivo principal: ser poupado nos gastos...
O futuro é aqui
O Prius tem um interior futurista. Como convém, sem chegar a ser radical. Isso torna-o deveras interessante; não faltam pequenos espaços, um deles bem concebido, sob a consola central. A mala cresceu (445 l), tem um fundo duplo deveras funcional. Há bastante espaço para as pernas atrás e o banco traseiro tem largura suficiente para não incomodar. Já em altura, a forma do tejadilho condiciona-o. Nada grave, no entanto.
O concentrado de tecnologia está todo assinalado no painel de bordo digital. Comandos no volante fazem alternar informações sobre consumos, médias efectuadas anteriormente, modo de funcionamento dos motores ou se a condução está a ser mais económica ou mais despesista.
O novo Prius oferece mais possibilidades: através de botões é possível optar por um modo de funcionamento totalmente eléctrico (até 50 km/h e por não mais do que 2 km de distância), o estilo ECO rentabiliza a combinação híbrida em sacrifício das prestações, e o modo PWR, de "power", como o nome sugere, maximiza as prestações, tornando-se indicado para ultrapassagens, por exemplo.
Condução segura
Tal como nas edições anteriores, o Prius fornece muita tecnologia nova e equipamento de segurança, que lhe garantiu as 5 estrelas nos testes de colisão EuroNcap. Acresce um sistema de pré-colisão, que detecta e avisa para prováveis obstáculos, preparando os travões para uma
travagem de emergência e gerando mais tensão sobre os cintos. E a projecção de informações, como a velocidade, no pára-brisas, evita que o condutor tenha que desviar o olhar durante a condução.
Por falar em condução, a primeira impressão, para quem nunca o conduziu, pode resultar estranha. Para começar é automático o que significa apenas dois pedais (enfim, três porque o travão "de mão" acciona-se com o pé, mas para o caso não conta) e um pequeno joystick fazer as vezes de manípulo de velocidade. A ignição é feita pressionando um botão, mas há que prevenir condições para entrar em pleno funcionamento. E, como é silencioso (o motor de propulsão só liga quando o acelerador é pressionado), há que nos habituarmos ao facto.
A visibilidade também não é a melhor e o pequeno volante, bonito e muito desportivo, pode gerar alguma estranheza.
A melhorar
Bem-vindos, condutores, ao século XXI! Com um estilo próprio que lhe garante a excelente fluidez aerodinâmica, esta geração anuncia, como novidade, um tecto solar para fornecer energia ao sistema de ventilação, assegurando, por exemplo, que o interior mantenha uma temperatura aprazível mesmo quando estacionado.
Bonito por dentro, o Prius reflecte alguns plásticos que, ao toque e pelo som, não agradam. Peso e reciclagem podem justificar parte da situação, mas, principalmente em Portugal, onde um carro com estas características custa para cima de 26500 euros, apesar do incentivo fiscal de que beneficia, não abona a seu favor.
Por outro lado, apesar do silencioso no modo eléctrico, em estrada ou em velocidades elevadas, o ruído do motor e da transmissão tornam-se audíveis.
PREÇO, desde 26500 euros MOTOR, 1798 cc, 98 (80) cv às 5200 rpm, Binário máximo 142 (207) Nm às 4000 rpm, 16 V. CONSUMOS, 3,9/3,7/3,9 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES POLUENTES 89 g/km de CO2 (entre parênteses valores do motor eléctrico)
Epá!