ENSAIO: Seat Alhambra 2.0 TDI Ecomotive

É um monovolume grande, com 5 portas e sete lugares dispostos em 3 filas de bancos. Os dois traseiros podem ser totalmente rebatidos, aumentando consideravelmente a área da bagageira. Esteticamente mais actual do que a geração anterior, embora menos personalizado, traz como novidade portas traseiras de correr ao invés das tradicionais portas de abrir. Objecto deste ensaio, a motorização 2.0 TDI contém alterações com vista a melhorar consumos e diminuir emissões. Muito espaço e preços a partir dos 37 mil euros são trunfos importantes do Alhambra.

O Complexo AutoEuropa, em Palmela, representa cerca de 1% do PIB Português. Ali fabricam-se peças e acessórios para automóveis e dois géneros de veículos. O Seat Alhambra é justamente um dos modelos produzidos na fábrica da VW, inaugurada em 1995.
O monovolume que sai das linhas de montagem com a marca espanhola mantém o nome, tal como acontece com as três versões que, de início, ali eram produzidas para outras tantas marcas.
Actualmente é apenas comercializado com as marcas VW e Seat.


Estética totalmente nova


Como já antes acontecia, as diferenças entre estas duas últimas marcas, pertencentes ao mesmo grupo automóvel, vão pouco além dos pormenores estéticos identificativos das marcas.
Cingem-se praticamente à secção dianteira, apresentando um interior em tudo idêntico salvo no que diz respeito aos símbolos e às diferenças pontuais de equipamento.
Já em relação à geração anterior, as alterações são mais profundas. Para começar é um pouco maior, não muito, mas as novas medidas conferem-lhe mais habitabilidade. Diferença maior, a par do capítulo estético, são as portas traseiras com abertura deslizante (manual ou eléctrica), ao invés das convencionais.


Facilidade de acesso


Isso facilita bastante o acesso à terceira fila de bancos. Com cinco, seis ou sete lugares, o Seat Alhambra ganhou funcionalidade no rebatimento dos assentos da terceira fila e espaço de mala.
Este é ainda assim escasso, 267 litros com sete lugares, mas bastante expressivo com os bancos suplementares rebatidos ao nível do piso: 809 litros.
Nestes bancos consegue-se também viajar de forma surpreendentemente confortável, até porque a fila central corre longitudinalmente sobre calhas, o que liberta mais espaço para a os joelhos de quem se senta na última fila. Mas continuam pouco vocacionados para ocupantes com estatura acima da média.
O acesso é muito facilitado pela forma como os bancos laterais de segunda fila rebatem para esse efeito. Estes bancos dispõem ainda de um sistema elevatório para melhorar o assento de crianças.


Interior funcional e espaçoso


O interior é moderno e funcional, com recurso a bons materiais.
Mantém-se os pequenos espaços sob o piso, protegidos por tampa e longe de olhares indiscretos, bem como os típicos tabuleiros retrácteis para serventia dos lugares centrais.
A visibilidade é a possível num veículo com estas características, mais feito para grandes viagens do que para pequenos percursos urbanos.
A posição de condução pareceu-me ligeiramente baixa para esse efeito. A nova configuração da secção dianteira poderá recolher, ou não, o agrado dos condutores. Com o capot menos acentuado do que o da anterior Alhambra, não consegui perceber se esse facto dá maior consciência dos limites da viatura.
Como é natural face às dimensões, requer atenção redobrada durante as manobras. Parqueia-se com facilidade, já a condução em ruelas mais apertadas é delicada devido à capacidade de manobra: praticamente 12 metros entre paredes.


Desempenho excepcional


Sinal positivo para o conforto e para o desempenho dinâmico. Para o primeiro contribuem o amplo espaço interior e a sua funcionalidade, a boa constituição dos sete bancos individuais, a insonorização e o desempenho da suspensão.
Este último aspecto é muito delicado neste género de veículos, com maior distância entre eixos e volumetria em altura que interferem bastante no centro de gravidade. Tanto no que respeita ao comportamento dinâmico como no que toca ao conforto, pois há que evitar também balanços excessivos da carroçaria, capazes de, entre outras consequências, provocar enjoos aos ocupantes.


Motor equilibrado


Quanto ao conhecido motor diesel 2.0 TDI, por demais conhecido nos modelos do grupo VAG e “exportado” para muitas outras marcas, debita 140 cv e conta com a assistência do sistema “stop & go”.
A média combinada, efectiva após o ensaio, foi de 6,5 litros, 1 litro acima do anunciado pelo construtor.
Mesmo assim, o valor obtido por esta versão Ecomotive ganha maior relevância se atendermos ao elevado peso (mais de 1750 kg) e à configuração da carroçaria.
O que não impede o Alhambra de mostrar um desempenho rápido em estrada, com valores interessantes de aceleração e facilidade de manter uma velocidade de cruzeiro elevada, sem o constante recurso à caixa de seis velocidades.
O sistema “Stop & Go” responde prontamente na fase do arranque.



Dados mais importantes
Preços desde 37000 euros (2.0 TDI)
Motores
1968 cc, 16 V, 140 cv às 4200 rpm, 320 Nm das 1750 às 2500 rpm, common rail, turbo, geometria variável
Prestações
194 km/h, 10,9 seg. (0/100 km/h)
Consumos (médio/estrada/cidade)
5,5 / 4,8 / 6,8 litros
Emissões Poluentes (CO2) 143 gr/km

Outros modelos Seat anteriormente ensaiados:





  • Seat Altea XL 2.0 TDI





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