Bem sei que gostos são gostos e evidenciar a componente estética é sempre subjectivo e dependente da interpretação individual; ainda assim, atrevo-me a afirmar que, dentro do género e do segmento, este é um dos coupés mais bonitos que é possível ver nas estradas portuguesas. E que, sem negar uma veia desportiva, mantém presente a forte componente familiar da restante gama Cee'd. Subjectiva ou não, a vertente estética é decisiva na aceitação e no sucesso de qualquer automóvel. Ainda mais quando estamos na presença de uma marca ou de um construtor em fase de afirmação dos seus créditos, que não apenas tem que ultrapassar a desconfiança quanto à qualidade dos seus produtos (daí a garantia de 7 anos), como de impor e consolidar a imagem num mercado tão exigente e selectivo.
ENSAIO: Renault Clio III Break 1.5 dCi 85cv
Posted on março 26, 2008 by Cockpit Automóvel with No comments

EMBORA A RECEITA pareça simples, nem sempre o cozinhado resulta perfeito: acrescentam-se alguns centímetros à traseira para aumentar a capacidade da mala, refaz-se a zona lateral traseira normalmente a partir do pilar central e cria-se uma «quinta porta». E é aqui que às vezes se despista o tempero e se estraga a ementa...
Não é o caso desta break, presente, pela primeira vez, na terceira geração do utilitário Clio. A avaliar pelos comentários que fui ouvindo, parece ser consensualmente positiva no que respeita à parte estética. Mas estas transformações obrigam sempre a outras alterações menos visíveis, com influência directa sobre a atitude, o comportamento e a segurança do conjunto...
Mitsubishi Grandis 2.0 L DI-D
Posted on março 19, 2008 by Cockpit Automóvel with No comments
HÁ MODELOS cujo nome insinua, desde logo, o que são; neste caso «grande» e embora recorra a uma palavra latina com vários outros adjectivos, é a que foneticamente mais se aproxima do português que melhor designa o monovolume japonês. Japonês é como quem diz. A marca ou o construtor é, mas o desenho é de um francês e o motor que equipa a versão ensaiada é da alemã VW. Mas o Grandis é não apenas grande ou muito «ocidental»; também facilmente se destaca pelas suas linhas bastante arrojadas e futurísticas, com uma silhueta lateral que revela um dinamismo bastante desportivo.
UMA DAS RAZÕES da sua imagem, deve-se à linha de cintura elevada e, consequência disso, à menor superfície vidrada. Isso contribui para uma maior noção de robustez, mas também para uma maior rigidez torcional do conjunto com consequências sobre o seu comportamento.
Com um comprimento que o coloca ao nível dos maiores entre os monovolumes, o Grandis não tem na largura interior o seu melhor trunfo e distingue-se pela menor altura face aos rivais, sendo este outro dos pormenores que contribui para a noção dinâmica.
Com um comprimento que o coloca ao nível dos maiores entre os monovolumes, o Grandis não tem na largura interior o seu melhor trunfo e distingue-se pela menor altura face aos rivais, sendo este outro dos pormenores que contribui para a noção dinâmica.

Os dois bancos suplementares, indicados para ocupantes não muito altos, tem ainda a particularidade de tanto poderem ser «armados» facilmente na direcção dos restantes, como voltados para a traseira, com a respectiva porta aberta a servir de protecção superior. Quando recolhem deixam um piso perfeitamente plano e uma mala extraordinariamente ampla. Em termos de comprimento e numa situação de menos lugares, tem capacidade para transportar bicicletas ou um sofá como se vê na imagem, com a vantagem do piso ficar ao nível do plano de carga.

Existem pequenos espaços fora do olhares indiscretos. Não sob o piso, antes a servirem os lugares dianteiros, sobre o tablier com tampa e uma gaveta ao centro deste, quase ao nível do piso. Para além, obviamente, de um amplo porta luvas, espaços em todos os forros das portas, vários porta copos e tabuleiros rebatíveis para os bancos traseiros.
EXPLICADA a modularidade dos bancos, é tempo de falar do conforto, sobretudo de quem o conduz. A forma e posição do banco do «piloto» e a sua conjugação tanto com os pedais como com o volante, obriga a ajustes que não são desde logo intuitivos. Porque embora se trate de um monovolume, com o banco em posição ligeiramente mais elevada, a sensação é mais próxima da de uma carrinha, por exemplo. Nada que provoque fadiga em viagens mais longas, enquanto a compleição dos bancos, incluindo os da fila central e mesmo a dos que recolhem, é boa e garantem uma viagem suficientemente cómoda. Apenas o ruído de funcionamento do motor impede melhor harmonia entre os ocupantes.

A CONCEPÇÃO demasiado plástica do interior merecia igualmente ter sido objecto de um maior critério na escolha dos materiais, mas essa é uma exigência mais face à realidade europeia, do que asiática ou sul-americana onde o Grandis também se destina e se vende numa variante a gasolina. Daí que para os mercados europeus, o construtor tenha sido mais um dos que recorreu ao motor diesel de 2,0 l do grupo VW (recorde-se, para além das marcas próprias é possível encontrá-lo, por exemplo, em viaturas de origem americana, algumas das quais já aqui ensaiadas). Um motor que prima por uma desenvoltura e se «casa» perfeitamente com este conjunto, garantindo-lhe consumos médios mais moderados do que a mais de tonelada e meia de peso poderia indiciar. Claro que para que isso seja possível, muito contribui o escalonamento da caixa de seis velocidades, mais curta nas relações iniciais — penalizando o consumo urbano, mas necessário para fazer deslocar semelhante massa —, mais longa e convidativa a grandes e descontraídas deslocações nas restantes. Pena a insonorização deficiente.
A IMAGEM dinâmica não é apenas isso; também garante ao Grandis um bom coeficiente de penetração ao vento, eliminando ruídos aerodinâmicos em altas velocidades. Que ele facilmente atinge, mercê de uma plataforma extraordinariamente rolante e de uma suspensão branda o bastante para garantir o conforto que se deseja num modelo essencialmente familiar; ao mesmo tempo suficientemente eficaz para assegurar-lhe um comportamento seguro em curva ou enfrentar sem susto qualquer desvio de direcção mais brusco. Claro que dispor, de série, de controlo de estabilidade e de tracção são uma mais valia, embora devido à menor altura de todo o conjunto e da plataforma, a sensação de adorno da carroçaria, que é natural pressentir-se em curva, seja fortemente atenuada.
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PREÇO, desde 34000 euros MOTOR, 1968 cc, 16 V, 136 cv às 4000 rpm, 310 Nm às 1750, turbo-compressor de geometria variável, intercooler, filtro de partículas CONSUMOS, 8,4/5,6/6,6 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES POLUENTES 176 g/km de CO2
ENSAIO: Kia Carens 2.0 CRDi EX com 7 lugares
Posted on março 13, 2008 by Cockpit Automóvel with No comments

ENSAIO: Mazda RX-8 com motor Wankel
Posted on março 05, 2008 by Cockpit Automóvel with No comments

ENSAIO: Peugeot 308 1.6 HDi/110 CV
Posted on fevereiro 27, 2008 by Cockpit Automóvel with No comments

Toyota Corolla 1.4 D-4D
Posted on fevereiro 21, 2008 by Cockpit Automóvel with No comments
HÁ UNS TEMPOS ensaiei o Toyota Auris que veio subdividir este segmento da gama da marca japonesa. Isso permitiu ao Corolla subir de patamar e criou uma nova oferta entre este e o Yaris, diferente e mais económica, embora ambos — Auris e Corolla — acabem por partilhar algumas soluções estéticas e mecânicas. Apostando em públicos alvos diferentes, o Auris surge com um interior mais jovem e irreverente, enquanto o Corolla segue uma via mais conservadora, típica do cliente tradicional que há quarenta anos encara este modelo como o seu familiar de eleição.
ENQUANTO o Auris de 3 ou 5 portas se apresenta mais curto e mais alto — o que lhe confere um aproveitamento interior ao jeito de um monovolume —, o Corolla revela-se um típico «três volumes», mas com a mesma distância entre-eixos do primeiro. Para os passageiros a habitabilidade é semelhante; ganha apenas cerca de 100 litros na capacidade da mala, perdendo contudo na facilidade do acesso que a quinta porta do Auris proporciona.
Mais clássica, a linha exterior do Corolla, em certos aspectos, aproxima-se mesmo da do Avensis. Entre ambos passou apenas a existir uma diferença de 10 cm no comprimento...
Mais clássica, a linha exterior do Corolla, em certos aspectos, aproxima-se mesmo da do Avensis. Entre ambos passou apenas a existir uma diferença de 10 cm no comprimento...

Preocupação com a existência de pequenos espaços — duplo porta luvas e aproveitamento da parte lateral da consola central —, bagageira ligeiramente maior do que a do anterior modelo — embora sustentada por dobradiças em arco —, e pneu suplente apenas para uso temporário.
DE UMA FORMA geral, o espaço proporcionado aos ocupantes é o habitual neste segmento; os passageiros da frente têm mais do que suficiente à disposição, atrás dois adultos conseguem viajar com desafogo e espaço para as pernas. Mesmo um terceiro passageiro não sofre o empecilho de um túnel central. Os bancos proporcionam bom apoio e o conforto — quer pela capacidade de amortecimento da suspensão, quer pela insonorização do habitáculo — é uma realidade. Nesse campo, do conforto, as diferenças entre os níveis de equipamento (Sol e Luna) são minimas, cingindo-se praticamente ao ar condicionado manual ou automático. A diferença faz-se no campo da condução, ao proporcionar o controlo de estabilidade e de tracção, sensores de chuva e de luz e jantes em liga, por um diferencial de cerca de 2000 euros.

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PREÇO, desde 25200 euros MOTOR, 1364 cc, 90 cv às 3800 rpm, 190 Nm às 1800 às 3000 rpm, 8 V, injecção directa, common rail, omando variável de válvulas CONSUMOS, 5,8/4,3/4,9 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES CO2, 128 g/km (combinado)
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PARA além deste diesel, a gama de motores inclui ainda um mais potente (126 cv) 2.2 D-4D com caixa de seis velocidades. A gasolina, temos ainda o 1.4 e o 1.6, ambos VVT-i, com 97 e 124 cv respectivamente. A esta forma de carroçaria com 4 portas, juntar-se-á em breve uma carrinha, existindo para já o monovolume Verso com 7 lugares.
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