Rali de Portugal


Começa esta quinta-feira mais uma edição do Vodafone Rally de Portugal, prova pontuável para seis campeonatos diferentes, o mais importante dos quais o WRC/Campeonato do Mundo de Ralis. Até domingo os motores vão roncar nas estradas do Algarve e do Baixo Alentejo, conduzidos pelos maiores nomes dos grandes ralis internacionais.
A prova, organizada pelo Automóvel Club de Portugal (ACP), contará com 3 etapas e um percurso total de aproximadamente 1223 km, integrando 18 provas de classificação com 355 km. A espectacular super-especial do Estádio do Algarve será de novo disputada duas vezes, uma ainda hoje a partir das 21h30 e a segunda no domingo, a encerrar a competição e antes da entrega dos troféus aos vencedores das diversas categorias.
Como na edição anterior, o rali passa mais uma vez pelos concelhos de Almodôvar, Ourique, Silves, Loulé e S. Brás de Alportel. Algumas classificativas mantém-se, mas foram introduzidas diversas novidades de forma a melhorar a espectacularidade e a segurança à passagem dos concorrentes.

Mais detalhes no SITE OFICIAL DA PROVA. A RTP2 tem programado transmitir em directo a super-especial1 a partir das 21 horas

ENSAIO: Renault Fluence Exclusive 1.5 dCi 105cv (Eco2)

É a velha questão em torno da ideia "baralhar para dar (criar) de novo". Nisso a marca francesa não pára de surpreender. Bem vistas as coisas, não é a única a servir-se da artimanha: construir uma "novidade" a partir do que já há, embora com características que o fazem imiscuir-se entre outros modelos. Por tudo isto, lá vai o tempo em que os segmentos eram, por assim dizer, estanques. Havia os citadinos ou utilitários, os da classe média e por aí fora. Cada um recebia a sua designação, declinando a partir daí em versões de 2, 4, mais raramente 5 portas, carrinhas (sim, ainda se chamavam "carrinhas"), descapotáveis e num ou noutro caso uma "pick-up" destinada a fins profissionais. Com esta nota introdutória — que se calhar deveria ter começado com um "no meu tempo..." —, quis explicar que o Fluence poderia ser muito simplesmente a versão "sedan" ou o "4 portas" da gama Mégane. Podia. Mas não é!

Suzuki SX4 1.6 DDiS Outdoor Line

Retoques de imagem

Após ter falado aqui do SX4 1.9 com tracção integral, volto à carga com uma versão mais acessível de apenas duas rodas motrizes, equipada com um motor ainda mais económico.


Esteticamente é dos modelos mais consensuais da marca japonesa, apelando à aventura e à liberdade graças a um conjunto de aplicações na carroçaria que lhe conferem o aspecto de um SUV. Alvo recente de um conjunto de melhoramentos, o uso de mais materiais isolantes faz com ue o "parece-que-está-em-todo-lado" bloco 1.6 diesel do grupo PSA já não imponha tanto o ruído do seu trabalhar no habitáculo, enquanto um novo painel de instrumentos disponibiliza mais informações durante a condução.
Exteriormente, ligeiros retoques ao nível da grelha, do pára-choques frontal e das protecções, a par dos vidros traseiros escurecidos, reforçam-lhe a identidade muito própria do SX4.

Condução

Em termos práticos, este Suzuki SX 4 1.6 DDiS não tem a tracção integral (o que não é grande drama para a utilização que a maioria dos seus proprietários lhe poderia dar), mas, principalmente, perdeu meio milhar de euros face ao 1.9 DDiS! Este acaba por ser um dos pormenores mais importantes, até porque, na realidade, embora mais abafado, o funcionamento do motor e o ruído de rolamento continuam a fazer-se notar, apesar do tal acréscimo de materiais isolantes junto do motor e da transmissão.
O SX4 tem uma posição de condução bastante agradável e espaço interior suficiente para as necessidades de quatro adultos (embora com lotação para cinco), incluindo a mala que (aleluia nos tempos que correm...) ainda alberga pneu suplente ainda que para uso temporário.
Os novos revestimentos nos bancos parecem mais resistentes e aparentemente de limpeza fácil, enquanto a qualidade dos materiais plásticos, não impressionando, denotam contudo o rigor necessário para não evidenciarem ruídos parasitas em mau piso.

Ligações

Como um extra que custa 275 euros, o SX4 dispõe de um equipamento que liga outros aparelhos ao sistema de som da viatura. O "Parrot Mki9200" tem entradas por cabo para "iPod", ficha USB e leitor de cartões SD, podendo ainda receber sinais sem fio via "Bluetooth" de telemóveis.
Apesar da sua funcionalidade prática, o comando, fixo por uma braçadeira de borracha ao volante, tem um funcionamento pouco intuitivo e atrapalha na movimentação do mesmo, além de indiciar uma certa fragilidade.
Adiante.
Não apenas por causa deste motor bastante económico, de facto toda a mecânica cumpre com mérito as necessidades dinâmicas. O SX4 não tem, está claro, o comportamento de um desportivo, mas acelera bem e curva de forma despachada e suficientemente segura para a altura do seu chassis. Essa mesma altura exige uma certa moderação em curvas mais apertadas, apesar de uma suspensão mais firme contribuir para a segurança das reacções. A altura ao solo e as protecções são ainda uma garantia para a integridade do conjunto em pisos mais hostis. Como por exemplo, a fintar os buracos de uma qualquer cidade portuguesa após um dia de chuva intensa...

PREÇO, desde 20 250 euros MOTOR,1560 cc, 90 cv às 4000 rpm, 16 V, 215 Nm às 1750 rpm, turbo com injecçمo directa common rail CONSUMOS,5,9/4,3/4,9 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES CO2, 129 g/km

Volvo C30 1.6D DRIVe


A importância da cor!

Apesar de ter sido lançado no mercado em 2006, nos dias em que ensaiámos o Volvo C30 foi difícil passar despercebido. O carro gerou tanto interesse que até parecia tratar-se de uma completa novidade! A razão estava no flamejante laranja que o revestia...

Há carros que chamam mais à atenção do que outros e percebe-se que isso aconteça perante a silhueta fora do habitual do Volvo C30, muito pouco “conservadora” para a imagem que se faz de um Volvo. Contudo, os amantes da marca sueca, fabricante de carros com grande reputação de segurança, sabem bem como ela foi várias vezes capaz de “romper” com os estereótipos e surpreender em termos estilísticos. Aliás, o C30 é a interpretação moderna de um desses conceitos e, seguramente, um bom exemplo de ousadia.
Lançado há quatro anos e alvo de ligeiros retoques em finais de 2009, não é um carro muito visto nas nossas estradas. Apesar de um motor particularmente económico e de ser o mais acessível dos “Volvos” presentes no mercado, essa mesma silhueta continua a ser tão capaz de agradar como de provocar sentimento inverso.
Mas a verdade é que nos dias em que o tive para ensaio, uma nova cor, muito pouco discreta (um flamejante laranja metalizado, opção que custa mais €780), capaz de lhe realçar as formas e ajudar a realçar os apêndices desportivos, gerou sobre ele tanto interesse como se de uma novidade se tratasse.
Como uma pintura mais apelativa pode fazer tanta diferença! O que só pode significar que este carro tem andado por aí demasiado discreto...


Traseira castrada

Como qualquer “coupé” que se preze tem duas avantajadas portas para facilitar o acesso aos lugares traseiros. Estes são suficientemente confortáveis para dois ocupantes, dispondo do espaço necessário para as pernas dos seus ocupantes, em parte porque o recuo dos pedais e a profundidade do tablier, levam o condutor a “chegar-se” mais à frente.
O C30 considera-se um “duas portas” e não “três”. A classificação deve-a à forma traseira, embora a porta se eleve como é habitual. A mala tem um acesso ligeiramente diferente por causa da chapeleira que a cobre, e dimensões reduzidas (251 l). Apesar de tudo aloja um pneu suplente.
O interior é confortável como um Volvo sabe ser e a sensação de qualidade também está naturalmente presente. É preciso dizer que o C30 partilha muitos componentes com os modelos da gama seguinte. Na realidade é como uma versão mais curta e desportiva do S40.
As alterações agora introduzidas no habitáculo são de pormenor e funcionalidade. A oferta inclui também revestimentos mais apelativos.


Potência contida

Um dos grandes trunfos do Volvo C30 é este motor diesel. Recebeu-o quando ainda fazia parte do grupo Ford (a Volvo foi comprada, recentemente, pelo maior grupo construtor automóvel chinês e, ironicamente, a primeira incursão chinesa no mercado europeu foi objecto de criticas, principalmente devido à segurança dos modelos apresentados), tal como grande parte da restante gama da marca sueca.
Este bloco foi desenvolvido em conjunto com o grupo PSA (Peugeot/Citroën), e, quase todos os modelos que o utilizam e estão à venda em Portugal, ostentam ainda a sigla “DRIVe” (ver caixa).
No cômputo geral, o C30 é um carro bastante agradável de guiar. Tem uma direcção leve mas informativa e descreve curvas com segurança. Apesar de uma estética desportiva, as preocupações desta versão são bem mais ecológicas. A suspensão mais firme da versão (esta “suspensão desportiva rebaixada” exige alguns cuidados com a frente em percursos mais irregulares), garante resultados em termos de estabilidade (controlo electrónico de série), mas não no campo do conforto.
PREÇO, desde 26000 euros MOTOR, 1560 cc, 109 cv às 4000 rpm, 16 V., 240 Nm às 1750 rpm, common rail, turbo de geometria variável, intercooler CONSUMOS, 4,6/3,3/3,8 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES CO2, 99 g/km



“DRIVe” verde

Sigla que denuncia um conjunto de alterações destinadas a garantir melhores consumos. O C30, segundo a marca, é capaz de um combinado de 3,9 l por cada 100 km percorridos.
Embora na realidade estabelecesse uma média de 5,9 l, ainda assim pode considerar-se boa para o tipo de condução que pratiquei. Em grande parte porque as relações mais longas da caixa de cinco velocidades levaram-me a “esticar” um pouco mais as primeiras relações, algo que certamente não aconteceria se esta fosse de seis. A caixa, a par do sistema “start/stop” (que desliga o motor e o arranca automaticamente em semáforos, por exemplo), um indicador que aconselha a trocar de velocidade e um aperfeiçoamento aerodinâmico da carroçaria, são algumas alterações desta versão.

ENSAIO: Mitsubishi L200 (Strakar) 2.5DiD (cabine dupla)


A marca japonesa anunciou uma L200 renovada no início deste ano. A verdade é que traz mesmo um conjunto importante de alterações que justificaram a vontade de a revisitar


Mais conforto, maior eficácia


A fama vem de longe. O proveito também e por isso continua a ser um dos modelos mais desejados e procurados da sua classe.
Apesar de os principais concorrentes serem quase sempre os mesmos — Nissan Terrano, Mazda BT-50/Ford Ranger, Toyota Hylux e Isuzu D-Max —, o grau de exigência de um tipo diferente de consumidor tem levado todos os construtores a dotarem estes modelos com características que não eram primordiais na altura inicial da sua concepção.
Refiro-me concretamente ao conforto e às qualidades dinâmicas.

ENSAIO: Mazda 3 MPS 2.3 DISI/260 cv

Não é habitual encontrar versões tão desportivas numa carroçaria de 5 portas e logo com uma aparência tão agressiva. Geralmente o que se vê são “coupés" de 2 ou 3 portas. Mas esta versão do 3 consegue impor o respeito e a tão desejada imagem de um desportivo, quase tão “só” graças à proeminente entrada de ar no “capot”, ao “spoiler” traseiro, às saias laterais e às imponentes jantes de 18 polegadas que, mesmo assim, não impedem um rebaixamento ligeiro de todo o conjunto. Excitante, o Mazda3 2.3 DISI tanto pode ser a versão desportiva de um familiar como a versão familiar de um puro desportivo...

ENSAIO: Kia Venga 1.4 CVVT/90 cv

Maior por dentro do que à primeira vista parece por fora, o Kia Venga é a mais recente aposta para o segmento dos monovolumes compactos de uma cada vez mais surpreendente Kia. Para quem julga tratar-se apenas de mais um citadino, esclarece-se que, apesar dos seus pouco mais de quatro metros de comprimento, o Venga oferece largura bastante e uma conjugação de espaço interior capaz de surpreender os mais cépticos.