ANÁLISE: Vendas de veículos automóveis em Portugal em 2013
TECNOLOGIA: Um dia os carros irão andar sozinhos
ENSAIO: Volvo V70 D2 1.6 Drive 115 cv Powershift
APRESENTAÇÃO: Volvo V70 e XC70 (MY 2013)
Volvo volta a investir fortemente no País de origem, a Suécia

ENSAIO: VOLVO C30 1.6 DRIVe/115 cv
ENSAIO: Volvo V60 1.6 DRIVe 115 cv

Volvo aposta cada vez mais no luxo
ENSAIO: Volvo S80 2.0 D3 163 CV Momentum
ENSAIO: Volvo S60 D3 2.0D/163 cv
ENSAIO: Volvo V70 D3 2.0D (MY2011)
O Volvo V70 — o V significa carrinha e provém de "Van" — é um carro nobre. De facto as suas linhas não parecem estilisticamente muito arrojadas ou com contornos demasiado elaborados, mas é essa simplicidade vincada do traço que lhe confere raça. Carácter. E, definitivamente, que ajudam a impor o prestigio de que goza. Por isso, é um privilégio poder conduzir carros assim. Automóveis que, independentemente da sua forma ou do fim a que prioritariamente se destinam, transportam em si um historial de qualidade, segurança e capacidade dinâmica. E que, por tudo o que acabou de se afirmar, adquiriram (e fornecem) um estatuto. Que, esperemos, o futuro não venha a colocar em causa.
Volvo C30 1.6D DRIVe

A importância da cor!
Apesar de ter sido lançado no mercado em 2006, nos dias em que ensaiámos o Volvo C30 foi difícil passar despercebido. O carro gerou tanto interesse que até parecia tratar-se de uma completa novidade! A razão estava no flamejante laranja que o revestia...
Há carros que chamam mais à atenção do que outros e percebe-se que isso aconteça perante a silhueta fora do habitual do Volvo C30, muito pouco “conservadora” para a imagem que se faz de um Volvo. Contudo, os amantes da marca sueca, fabricante de carros com grande reputação de segurança, sabem bem como ela foi várias vezes capaz de “romper” com os estereótipos e surpreender em termos estilísticos. Aliás, o C30 é a interpretação moderna de um desses conceitos e, seguramente, um bom exemplo de ousadia.
Lançado há quatro anos e alvo de ligeiros retoques em finais de 2009, não é um carro muito visto nas nossas estradas. Apesar de um motor particularmente económico e de ser o mais acessível dos “Volvos” presentes no mercado, essa mesma silhueta continua a ser tão capaz de agradar como de provocar sentimento inverso.
Mas a verdade é que nos dias em que o tive para ensaio, uma nova cor, muito pouco discreta (um flamejante laranja metalizado, opção que custa mais €780), capaz de lhe realçar as formas e ajudar a realçar os apêndices desportivos, gerou sobre ele tanto interesse como se de uma novidade se tratasse.
Como uma pintura mais apelativa pode fazer tanta diferença! O que só pode significar que este carro tem andado por aí demasiado discreto...
Traseira castrada
Como qualquer “coupé” que se preze tem duas avantajadas portas para facilitar o acesso aos lugares traseiros. Estes são suficientemente confortáveis para dois ocupantes, dispondo do espaço necessário para as pernas dos seus ocupantes, em parte porque o recuo dos pedais e a profundidade do tablier, levam o condutor a “chegar-se” mais à frente.
O C30 considera-se um “duas portas” e não “três”. A classificação deve-a à forma traseira, embora a porta se eleve como é habitual. A mala tem um acesso ligeiramente diferente por causa da chapeleira que a cobre, e dimensões reduzidas (251 l). Apesar de tudo aloja um pneu suplente.
O interior é confortável como um Volvo sabe ser e a sensação de qualidade também está naturalmente presente. É preciso dizer que o C30 partilha muitos componentes com os modelos da gama seguinte. Na realidade é como uma versão mais curta e desportiva do S40.
As alterações agora introduzidas no habitáculo são de pormenor e funcionalidade. A oferta inclui também revestimentos mais apelativos.

Um dos grandes trunfos do Volvo C30 é este motor diesel. Recebeu-o quando ainda fazia parte do grupo Ford (a Volvo foi comprada, recentemente, pelo maior grupo construtor automóvel chinês e, ironicamente, a primeira incursão chinesa no mercado europeu foi objecto de criticas, principalmente devido à segurança dos modelos apresentados), tal como grande parte da restante gama da marca sueca.
Este bloco foi desenvolvido em conjunto com o grupo PSA (Peugeot/Citroën), e, quase todos os modelos que o utilizam e estão à venda em Portugal, ostentam ainda a sigla “DRIVe” (ver caixa).
No cômputo geral, o C30 é um carro bastante agradável de guiar. Tem uma direcção leve mas informativa e descreve curvas com segurança. Apesar de uma estética desportiva, as preocupações desta versão são bem mais ecológicas. A suspensão mais firme da versão (esta “suspensão desportiva rebaixada” exige alguns cuidados com a frente em percursos mais irregulares), garante resultados em termos de estabilidade (controlo electrónico de série), mas não no campo do conforto.

“DRIVe” verde
Sigla que denuncia um conjunto de alterações destinadas a garantir melhores consumos. O C30, segundo a marca, é capaz de um combinado de 3,9 l por cada 100 km percorridos.
Embora na realidade estabelecesse uma média de 5,9 l, ainda assim pode considerar-se boa para o tipo de condução que pratiquei. Em grande parte porque as relações mais longas da caixa de cinco velocidades levaram-me a “esticar” um pouco mais as primeiras relações, algo que certamente não aconteceria se esta fosse de seis. A caixa, a par do sistema “start/stop” (que desliga o motor e o arranca automaticamente em semáforos, por exemplo), um indicador que aconselha a trocar de velocidade e um aperfeiçoamento aerodinâmico da carroçaria, são algumas alterações desta versão.
Volvo XC60 D5 AWD (2.4)

Reclama desde logo ser um dos mais seguros da categoria, o que não é de todo estranho num construtor que sempre foi pioneiro nessa responsabilidade; para isso o XC 60 conta com muito equipamento de segurança e um avançadíssimo sistema a que chamou «city safety» que, pela sua especificidade, merece tratamento à parte.

O NOME é desde logo inspirador e claramente provocante na intenção. Todo o design do carro o é: agressivo, moderno, avançado nos diversos pormenores tecnológicos. Para uns bonito, a outros desagradará certamente, a verdade é que a sua traseira dominada por um conjunto óptico iluminado a leds é o que mais se destaca.
Como SUV compacto é dos maiores da classe. Isso não lhe permite propriamente reivindicar o maior espaço interior mas, definitivamente, ajuda a que se imponha por onde quer que transite. Sendo grande manobra-se bem em cidade, porque conta com boa visibilidade mas sobretudo com uma série de sensores que ajudam nas manobras. Ou ainda uma utilíssima câmara traseira, bem colocada e cujos traços auxiliam decisivamente em qualquer situação.

SEM DÚVIDA que é também dos que aparenta melhores materiais e qualidade de construção. Não é um carro propriamente barato, mas faz valer em classe cada euro dispendido. Os revestimentos são suaves, o painel de bordo não distrai e revela uma funcionalidade exemplar (ressalvando o comando do sistema de navegação que, pela posição, acaba por não ser tão funcional quanto se desejaria), o equipamento de som, a climatização, tudo revela um cuidado extremo em proporcionar conforto de forma distinta mas igualmente sóbria no bom gosto. Aqui e ali acaba por existir um ou outro pormenor que se destaca pela graça, exemplo disso o comando de distribuição das zonas de ventilação, por exemplo.
Em termos de habitabilidade, nada a obstar. Afinal é grande e não parece ter sido necessário recorrer a alguns pequenos truques como a inclinação acentuada do pára-brisas para prolongar o tablier, jogar com a altura ou «cavar» o forro interior das portas. A mala revela-se suficiente nos seus cerca de 500 l, mas o que mais se destaca é a qualidade das coberturas do forro e a funcionalidade de compartimentos inferiores a este, embora conseguidos à custa de um pneu suplente de dimensões reduzidas.

A CONDUÇÃO do Volvo XC 60 é outro acto de puro deleite. A integração com o carro até nem é desde logo intuitiva. Há que contar com alguns pequenos detalhes como um travão de mão automático só a destravar e o botão de arranque que substitui a chave tem uma posição fora do habitual.
Mas as múltiplas regulações do banco e da coluna da direcção permitem encontrar facilmente a melhor posição. Os bancos agradam pelo conforto, os comandos ficam à mão. A segurança passa até pelo facto de que, de forma independente, quem se senta ao lado do condutor poder comandar o fecho centralizado das portas.
Parte do valor deste carro deve-se ao motor de 2,4 l e à carga fiscal voraz para blocos de maior cilindrada. Em Espanha, por exemplo, é 15 a 20 mil euros mais barato. É por isso que quem o escolhe, o faz na perfeita noção de bom gosto e de respeito por uma marca que detém uma forma de elitismo muito particular.
O motor, não sendo o mais silencioso, não desilude em aspectos tão importantes como o desempenho dinâmico ou os consumos. Um pouco guloso em cidade - afinal são quase duas toneladas que é necessário movimentar -, ainda assim, para a forma despachada como se movimenta, os valores de aceleração que ostenta e a velocidade em estrada, uma média inferior a 9 litros num carro com caixa de velocidades automática, não é de lamentar.

A ACÇÃO dos ventos frontais em velocidades mais elevadas, faz sentir-se em ruído por culpa de uma aerodinâmica que não permite melhor coeficiente de penetração. Não sendo carro para grandes aventuras fora do alcatrão, o XC 60 tem como vantagens uma boa altura em relação ao solo (que beneficia ângulos de ataque e saída pouco expressivos) e um sistema de tracção integral que automaticamente distribui força onde é necessário. Está igualmente muito bem protegido ao nível do chassis. Isto permite-lhe circular com à vontade fora de estrada desde que o piso mantenha consistência, ressalvando sempre algum cuidado perante demasiadas irregularidades porque a suspensão está mais orientada para o conforto.
Neste ponto a caixa automática de seis velocidades (+ 6400 euros) não se torna qualquer empecilho. Mas quem quiser dispor de maior controlo pode sempre optar pelo modo sequencial ou contar ainda com ajuda electrónica para descidas acentuadas.

O XC60 estreia o sistema «City Safety» que detecta e avalia o risco de colisão, preparando o sistema para uma travagem de emergência ou mesmo efectuando-a sem intervenção do condutor, quando detecta que o choque é inevitável.
Quando a diferença de velocidade com o veículo da frente é inferior a 15 km é possível evitar a colisão e até 30 diminui significativamente as consequências da mesma.
É possível contar ainda com um avançado controlo de estabilidade que para além de cumprir o seu papel, faz accionar os airbags necessários de forma a evitar maiores danos quando prevê que exista risco eminente para os ocupantes. Alertas sonoros e visuais que advertem para o risco de colisão, para a transposição involuntária de traços contínuos ou não e até para a presença de obstáculos ou veículos no chamado «ângulo morto» dos retrovisores, são outros sistemas cuja maioria dos seus sensores se encontram colocados junto ao retrovisor interior.