ENSAIO: Kia Venga 1.4 CVVT/90 cv

Maior por dentro do que à primeira vista parece por fora, o Kia Venga é a mais recente aposta para o segmento dos monovolumes compactos de uma cada vez mais surpreendente Kia. Para quem julga tratar-se apenas de mais um citadino, esclarece-se que, apesar dos seus pouco mais de quatro metros de comprimento, o Venga oferece largura bastante e uma conjugação de espaço interior capaz de surpreender os mais cépticos.


A qualidade de construção, sem deslumbrar, aparenta solidez e cuidado nos acabamentos. E tanto pela ergonomia dos comandos como pela quantidade e forma dos compartimentos interiores, este Kia demonstra um cuidado aproveitamento do espaço e uma vontade de tornar fácil e acessível a sua condução.
Traz com ele um conjunto de soluções tecnológicas a que a marca já nos habituou, como entradas para fontes de som extra e será mesmo possível optar por um tecto panorâmico duplo, em vidro.


Artifício inteligente


Os assentos, colocados em posição elevada, ajudam a incrementar a sensação de desafogo, porque as pernas precisam de menos espaço e os pés encaixam-se melhor por debaixo dos bancos dianteiros. A altura a que os ocupantes se encontram contribui para acentuar a impressão de adorno em curva, apesar de dispor de uma suspensão mais firme que nem sempre consegue disfarçar as irregularidades da estrada.

A capacidade da bagageira varia entre os 314 e os 570 litros, devido ao facto de os bancos traseiros (assimétricos) correrem sobre calhas ao longo de 13 cm. A mala, simples e sem bolsas laterais, oferece tomada de corrente e duas posições para colocação da chapeleira, o que ajuda a nivelar o piso quando se rebate o banco traseiro. A versão ensaiada não dispunha de pneu suplente, somente de um "kit" de reparação.


Condução prática

Apelando a uma condução bastante fácil e muito – mas mesmo muito – prática, o Kia Venga está disponível a partir de cerca de 16 mil euros com um motor a gasolina de 90 cv. Este conjunto mostrou sempre muita desenvoltura, mesmo quando em lotação máxima, embora com alguma natural relutância perante percursos inclinados. É possível estabelecer médias de estrada em torno dos 6,5l, embora na cidade estas ultrapassem facilmente os 8,0 litros, apesar do sistema "stop & go" e de se cumprirem as indicações constantes no painel de instrumentos, aconselhando a mudança mais correcta para o momento. Gostei particularmente do funcionamento da caixa de velocidades, bem sincronizada, e de uma direcção leve, bastante cómoda em manobra. No que respeita à visibilidade, há que ter em conta dois aspectos: uma dianteira abrupta que às vezes engana e uma largura até aos espelhos pouco habitual nesta classe.

PREÇO, desde 16000 euros MOTOR, 1396 cc, 90 cv às 6000 rpm, 137 Nm às 4000 rpm, 16V CONSUMOS, 6,8/5,3/5,9 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES POLUENTES, 136 g/km de CO2

Oferta nacional

Outro motor com cilindrada semelhante e potências de 75 (5 velocidades) ou 90 cv (6 vel.) reclamam uns mais apetecíveis 4,5 l de média no consumo... de gasóleo. Mas para lá chegar há que acrescentar 2000 ou 3000 euros, consoante a versão. É preciso contudo realçar que englobam mais algum equipamento, sendo que a variante mais cara (TX) já contém pneu suplente, embora fino.

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