
SÓ QUE, tal como aconteceu um pouco com os jipes, estas «pick-up» viraram moda e objecto de desejo, seja pela imagem de aventura, robustez e imponência que transmitem, pelas inegáveis capacidades de poderem trilhar caminhos realmente difíceis, também ajudando, para a sua popularidade, a imagem granjeada em provas desportivas. Temos, pois, o melhor de dois mundos combinados — para o trabalho e para o lazer —, com os construtores a oferecerem, a par de modelos essencialmente destinados ao primeiro caso — mais austeros e menos requintados interiormente —, versões de cabine dupla, com cinco lugares, melhor dotação de equipamento, níveis de conforto mais elevados e ainda elegantes sistemas para fecho da caixa de carga.
NO CASO da Navara, um dos mais populares deste segmento, e especificamente da versão ensaiada, isso é por demais evidente. Para começar, foi desenhada em conjunto com o requintado SUV Pathfinder, partilhando ambos alguma mecânica e diverso equipamento de conforto. O que abona a favor dos dois: mais conforto na «pick-up», maior capacidade TT no SUV. Depois, todo o interior é refinado, na procura do maior conforto e requinte, com a funcionalidade que se espera e deseja num modelo de segmento alto, desde os estofos em pele com regulações em altura, até ao sistema de navegação.
DISPONÍVEL numa versão de cabine King Cab para dois adultos à frente e com dois bancos ocasionais atrás, é a Double Cab com banco traseiro de três lugares e caixa fechada, a que melhor corresponde ao que acabei de dizer. De referir que, para aumentar a versatilidade no que respeita à arrumação, o banco traseiro rebate assimetricamente, tal como o do passageiro dianteiro, existindo ainda compartimentos sob o assento do primeiro. Mas espaço interior é que não falta num veículo com esta imponência de dimensões, com bom acesso mesmo aos lugares posteriores, salvo o condicionado pela altura da entrada. Em tudo o resto, desde a posição de condução ao funcionamento dos comandos, a Navara é um modelo pensado para se entrosar com quem a dirige, permitindo transportar, na caixa traseira, objectos de maiores dimensões. A X-BOX, que equipava o modelo ensaiado, é uma hermética e bonita cobertura em fibra com tampa superior apoiada em amortecedores, complementando-se, o seu bom acesso, com a tradicional abertura deste modelo.
DESDE QUE HABITUADOS às avantajadas dimensões que podem colocar alguns entraves em manobra — não apenas a visibilidade traseira pode levantar alguns problemas, como o raio de viragem é naturalmente mais elevado —, a facilidade com que se dirige e a segurança que apresenta em curva não deixam de impressionar pela positiva. O bom trabalho realizado a nível da suspensão, em matéria de equilíbrio e previsibilidade das reacções, foi em grande parte alcançado com uma maior rigidez da sua arquitectura. É, por isso, natural que, quando o piso se degrada, isso se reflicta num certo abanar do habitáculo, acentuado pela elevada altura em relação ao solo.
JÁ NO AMBIENTE para que foi idealizada, a Navara demonstra uma postura que roça a sobranceria… Equipada com um turbodiesel de 2,5 litros a debitar 147 cavalos e com um binário de 403 Nm, bem aproveitado pelo escalonamento da caixa de velocidades, com o sistema de bloqueio do diferencial e das «redutoras» comandado electronicamente através de um botão rotativo, é difícil encontrar (mau) caminho que a atrapalhe. A superioridade dos elementos mecânicos — em situação «normal» a tracção é traseira, distribuindo equitativamente o binário pelas quatro rodas com o modo «4WD» activado —, é por demais evidente, transmitindo força e muita confiança a quem a dirige. Quanto a consumos… bem, isso é outra história! Não é impunemente que se deslocam duas toneladas de peso, mas pode afirmar-se que as médias até nem são muito elevadas face ao prazer que a Navara proporciona em qualquer tipo de condução, nomeadamente a ultrapassar percursos mais exigentes.
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PREÇO, desde 26300 euros MOTOR, 2488 cc, 174 cv às 4000 r.p.m., 403 Nm às 2000 rpm, 16 válvulas, Injecção directa common rail com turbo de geometria variável e intercooler PRESTAÇÕES, 170 km/h CONSUMOS, 7,3/8,5/10,7 l (extra-urbano/combinado/urbano) CO2, 205 (g/km)
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Ângulo de saída (graus) 22
Ângulo ventral (graus) 18
Inclinação lateral máxima (graus) 49.8
Pendente máxima (graus) 39
Altura mínima ao solo (mm) 234
Passagem em vau máxima (mm) 450
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